México permite desembarque de navio apesar de boatos sobre coronavírus
Embarcação ítalo-suíça vai poder atracar na costa mexicana após passageiros cumprirem as normas sanitárias, disse o presidente mexicano
Um navio de cruzeiro ítalo-suíço que estacionou na última quarta-feira, 26, na região costeira do México, depois que a Jamaica e as Ilhas Cayman negaram o desembarque por medo em relação a casos do novo coronavírus, poderá atracar no país após cumprir as normas sanitárias, disse nesta quinta-feira, 27, o presidente Andrés Manuel López Obrador.
“Estamos permitindo que ele estacione, que possa haver o desembarque dos que estão no cruzeiro. Não podemos atuar com discriminação, terão que cumprir as normas sanitárias”, disse o mandatário em pronunciamento durante a manhã.
“Não podemos atuar de maneira desumana. Imaginem o desespero (dos passageiros), de tudo que está envolvido”, ressaltou López Obrador.
Alejandra Aguirre, secretária de Saúde de Quintana Roo, estado ao qual pertence a ilha de Cozumel, confirmou que duas pessoas – um tripulante das Filipinas, de 27 anos, e uma passageira francesa de 13 anos – apresentam quadros de infecção respiratória aguda, mas não relacionados ao novo coronavírus, segundo diagnóstico preliminar.
“Após a investigação realizada por funcionários da vigilância sanitária internacional, confirmamos que não há casos do vírus a bordo do cruzeiro”, ressaltou uma funcionária a jornalistas.
Ela acrescentou que estão sendo feitos exames bioquímicos e genéticos para determinar que tipo de infecção respiratória os dois tem.
Uma autoridade da Saúde estatal disse na quarta que o paciente tinha sido diagnosticado com influenza tipo A, com base nos testes feitos pelo pessoal médico a bordo.
Aguirre indicou que o homem e a menor se encontram estáveis e em período de remissão da doença, sem riscos vitais ou sintomas que necessitem de internação.
Espera para desembarcar
Espera-se que o diagnóstico definitivo seja divulgado às 1h (no horário de Brasília) da próxima sexta-feira. No entanto, a secretaria informou que a autorização para o desembarque dos passageiros depende da capitania do porto.
Mais cedo, o governador estadual, Carlos Joaquín, disse que caso seja confirmado “uma situação de risco de saúde não haverá autorização para o desembarque”.
Um punhado de pessoas se manifestaram contra. “Não queremos o vírus em Cozumel!”, gritava na quarta um homem próximo à marina da ilha. “Já temos casos suficientes de dengue!”, dizia um dos cartazes dos manifestantes, que usavam máscaras.
A empresa ítalo-suíça MSC Cruzeiros foi impedida de estacionar na Jamaica e nas Ilhas Cayman logo que os rumores sobre uma das pessoas a bordo estar infectada se espalhar.
A empresa afirmou que a pessoa diagnosticada foi isolada desde o momento em que apresentou sintomas. o tripulante tinha viajado de Miami a Manila, com conexão direta via Istambul, e apresentava sintomas de gripe comum.
O primeiro caso do novo coronavírus na América Latina foi diagnosticado na quarta no Brasil. Até o momento, o México não tem casos confirmados.