Numa concentração realizada na cidade de Fort Lauderdale, no sul da Flórida e próxima a Parkland, cidade onde fica a escola, milhares de pessoas reivindicaram aos políticos da Flórida que modifiquem as leis sobre o acesso e uso de armas de fogo.
Gritando palavras de ordem, os milhares de manifestantes, na sua maioria jovens, se concentraram na frente da sede dos tribunais federais dessa cidade.
O ato aconteceu após o massacre de quarta-feira passada realizado por Nikolas Cruz, de 19 anos, um ex-aluno dessa escola que foi expulso por problemas disciplinares, matando 17 pessoas, entre eles 14 alunos, ferindo 15.
Emocionada, a estudante Emma González pediu aos políticos americanos para modificar as leis em relação às armas de fogo. “Neste caso, se não fizerem nada, as pessoas vão continuar morrendo. Portanto é hora de começar a fazer algo”, declarou a jovem.
“Que vergonha”, exclamou, em referência aos legisladores republicanos que receberam doações nas suas campanhas da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), o poderoso grupo de pressão contrária a um maior regulamento das armas nos EUA.
Sarah Chadwick, uma aluna da escola Marjory Stoneman Douglas, publicou um tuíte dirigido aos políticos e que se tornou viral: “Façam algo em vez de enviar orações”.
O superintendente escolar do Condado de Broward, Robert Runcie, pediu aos participantes da manifestação para converter a “raiva” e a “frustração” em ação, para desenvolver um marco legal de “senso comum” sobre as armas nos EUA.
Em contraste com esta marcha, a cerca de 80 quilômetros ao sul de Parkland, foi inaugurada neste sábado a Feira de Armas de Miami, um dos eventos dedicados a essa indústria do estado e que atraiu cerca de 140 revendedores, informou a “NBC News”.
Entre as armas à venda estava justamente o rifle AR 15, um dos quais foi utilizado por Nikolas Cruz para realizar o massacre, de acordo com o Escritório do Xerife do Condado de Broward.
De acordo com as leis da Flórida, um rifle deste tipo pode ser adquirido a partir dos 18 anos de idade.
“Não há falta de respeito ou insensibilidade intencional por causa deste espetáculo de armas planejadas faz muito tempo”, segundo a organização em comunicado.
Cruz, que perdeu sua mãe adotiva em novembro e sofre de desordens mentais, segundo comunicado do Departamento de Crianças e Famílias da Flórida, está preso sem direito à fiança no Condado de Broward, após receber 17 acusações de assassinato premeditado.
Com EFE