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Milhares protestam na Hungria contra proibição da parada gay e pedem queda de Orbán

Parlamento baniu evento por suposta 'promoção' da homossexualidade a crianças, em meio a outras repressões do governo do premiê Viktor Orbán

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 abr 2025, 09h33

Milhares de húngaros voltaram às ruas nesta semana para protestarem contra uma lei que proibiu a parada gay no país, uma medida que é vista por críticos do governo como parte de uma repressão mais ampla às liberdades democráticas. Entre os cantos entoados nas manifestações estão alguns pedindo a queda do primeiro-ministro da Hungria, o ultradireitista Viktor Orbán.

Agitando bandeiras húngaras e do arco-íris e segurando cartazes com os dizeres “Chega de mentiras” e “Fora Orbán! Queremos democracia”, mais de 10 mil pessoas se reuniram no centro de Budapeste na terça-feira, dia 1º, de acordo com a agência de notícias AFP.

O parlamentar independente Akos Hadhazy, um dos organizadores dos protestos, disse que o movimento de rua “não vai parar até que a lei seja revogada”, chamando a legislação que proibiu a a marcha do orgulho de “tecnofascista” e foi inspirada em regras semelhantes na China e na Rússia.

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Proibição

O líder do país, que governa desde 2010 com uma agenda cristã-conservadora, ficou conhecido pelas críticas à comunidade LGBTQIA+ e pelos entraves ao financiamento de ONGs e da imprensa independente. No mês passado, seu partido, o Fidesz, que domina o Parlamento, aprovou uma lei para proibir a marcha do orgulho gay.

A nova regra altera a Lei de Reunião Pública da Hungria, determinando que eventos que violem a controversa “lei de proteção infantil” — que bane qualquer forma de “promoção” da homossexualidade para menores de 18 anos — serão automaticamente proibidos. Quem descumprir a medida poderá ser multado em até 200 mil florins húngaros (cerca de R$ 3.120).

A lei diz ainda que a polícia pode usar câmeras de reconhecimento facial para identificar pessoas que comparecem à marcha e impor multas aos participantes. Críticos afirmam que as medidas podem se tornar uma ferramenta para atingir os oponentes políticos de Orban, que tem enfrentado cada vez mais oposição e olha com preocupação para as próximas eleições, em 2026.

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Orbán minimizou as alegações, afirmando que o mero fato de que manifestações são permitidas, como a que aconteceu na terça-feira, dia 1º, em Budapeste, contra a proibição da parada gay, significa que não há ameaça à democracia. Ele qualificou os protestos como uma “provocação”.

Reação

No entanto, um grupo de embaixadas em Budapeste expressou preocupação com as mudanças.

“Nós, as Embaixadas abaixo assinadas, estamos profundamente preocupados com a legislação que resulta em restrições ao direito de reunião pacífica e à liberdade de expressão”, disseram 22 embaixadas, incluindo França, Alemanha e Reino Unido. Os Estados Unidos não estavam entre os signatários. Donald Trump é considerado um aliado de Orbán.

Depois que os legisladores apresentaram o projeto de lei, Máté Hegedűs, porta-voz da Parada do Orgulho, afirmou que o evento “é um movimento que não pode ser silenciado.” Os organizadores destacaram que a marcha que ocorre há três décadas pela Avenida Andrassy, ​​uma rua larga no centro da capital, não representa qualquer ameaça às crianças e que sua proibição fere o direito constitucional de reunião em espaços públicos.

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