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Milícia nigeriana liberta 894 crianças que recrutara como soldados

Menores serão matriculados em programa de reintegração e treinamento para ajudá-los a retornar à vida civil

Por Da Redação
10 Maio 2019, 18h02

Crianças obrigadas a lutar como soldados de uma milícia na Nigéria foram libertadas nesta sexta-feira, 10, anunciou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Os 894 menores, incluindo 106 meninas, lutavam nas fileiras da Força-Tarefa Conjunta Civil (CJTF), um grupo local apoiado pelo governo nigeriano voltado para o combate aos terroristas do Boko Haram.

A libertação aconteceu durante uma cerimônia em Maiduguri, uma cidade no nordeste do país. O evento foi marcado como parte do “compromisso da CJTF de acabar e impedir o recrutamento e uso de crianças” como soldados, afirmou a agência da ONU.

Segundo a ONU, as crianças libertadas serão matriculadas em um programa de reintegração e treinamento para ajudá-las a retornar à vida civil.

“As crianças do nordeste da Nigéria sofreram o impacto deste conflito”, disse Mohamed Fall, chefe da Unicef na Nigéria. Segundo Fall, os meninos e meninas eram usados como soldados e também em outras funções. “Eles testemunharam a morte, o assassinato e a violência”, afirmou.

O CJTF foi formado em 2013 para proteger as comunidades do nordeste do país contra os ataques do grupo terrorista Boko Haram. Usava, contudo, centenas de crianças recrutadas a força em suas tropas. Em 2017, a milícia assinou um tratado prometendo parar de recrutar menores e libertar os que mantinha presos.

Com a cerimônia de hoje, o CJTF já libertou 1.727 crianças que explorava como soldados, segundo a Unicef. Não está claro, contudo, quantos menores ainda são mantidos pelo grupo.

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Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2017 informa que havia na Nigéria mais de 15 milhões de crianças entre 5 e 14 anos forçadas a trabalhar, “algumas das quais usadas como soldados em conflitos armados”.

“Continuaremos a lutar até que não existam mais crianças nas fileiras dos grupos armados na Nigéria”, disse Fall em seu comunicado, sublinhando o fato de ainda haver milhares de menores de idade em condições similares.

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