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Milionários e doadores privados se mobilizam para reconstruir Notre-Dame

Dono da marca Louis Vuitton, considerado o quarto homem mais rico do mundo, doará o equivalente a 880 milhões de reais

Por Da Redação
Atualizado em 16 abr 2019, 17h47 - Publicado em 16 abr 2019, 12h10
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  • Milionários franceses se reuniram e prometeram arrecadar 600 milhões de euros (2,63 bilhões de reais) para a reconstrução da catedral de Notre-Dame, atingida por um devastador incêndio nesta segunda-feira, 15.

    O presidente Emmanuel Macron prometeu reconstruir o emblemático edifício gótico, cujo pináculo de madeira desabou e parte do telhado foi destruído pelo fogo, extinto apenas depois de doze horas.

    O bilionário francês Bernard Arnault anunciou nesta terça-feira, 16, que ele e seu grupo LVMH, especializado em produtos de luxo e dono da marca Louis Vuitton, doarão 200 milhões de euros (880 milhões de reais) para a reconstrução. Arnault é o quarto homem mais rico do mundo, segundo o ranking da revista Forbes de 2019.

    A oferta foi feita depois que a Kering, grupo de moda fundado por outro bilionário francês, François Pinault, ofereceu 100 milhões de euros (440 milhões de reais) para “reconstruir completamente Notre-Dame”.

    A Total S.A, empresa do setor petroquímico e energético com sede mundial em La Défense, Paris, prometeu 100 milhões de euros. A família Bettencourt-Meyers falou em doar outros 200 milhões de euros.

    Herdeira do império cosmético da L’Oréal e presidente da empresa, Françoise Bettencourt-Meyers é a mulher mais rica do mundo, segundo a Forbes.

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    Por sua vez, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, disse nesta terça que a cidade financiaria a reconstrução com 50 milhões de euros (220 milhões de reais) e propôs uma conferência internacional para coordenar as doações e restaurar o edifício.

    A Heritage Foundation, uma organização francesa financiada por fundos privados, pede doações em seu site. Houve também apelos semelhantes através do site de financiamento coletivo Leetchi.

    A região de Ile-de-France, que inclui Paris e seus arredores, prometeu 10 milhões de euros (44 milhões de reais).

    Para reconstruir o templo, que anualmente recebe 13 milhões de visitantes – uma média de 35.000 pessoas por dia – serão necessários artesãos especializados e madeiras raras.

    O diretor do grupo Charlois, o maior fornecedor de carvalho na França, prometeu oferecer os melhores materiais para reconstruir a complexa armação de madeira, conhecida como “a floresta”, devido ao número de vigas usadas para construí-la.

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    “As obras certamente vão levar anos, talvez décadas, e serão necessários milhares de metros cúbicos de madeira. Vamos ter de encontrar as melhores peças, de grande diâmetro”, explicou Sylvain Charlois à rádio France Info.

    A Unesco, com sede em Paris, prometeu trabalhar com a França para restaurar a catedral, inscrita desde 1991 em sua lista de patrimônios da humanidade.

    “Já estamos em contato com especialistas e preparados para enviar uma missão urgente para avaliar os danos, salvar o que pode ser salvo e começar a tomar medidas para o curto e médio prazo”, disse Audrey Azoulay, secretário-geral da agência da ONU, em comunicado.

    A restauração poderá custar centenas de milhões de euros por vários anos, até mesmo décadas, embora especialistas afirmem que as consequências poderiam ter sido piores.

    É por isso que muitas pessoas pediram uma mobilização de recursos para uma rápida reconstrução. “Desde ontem venho ouvindo que levará uma década, é um absurdo”, afirmou o ex-ministro francês da Cultura Jack Lang.

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    Lang pediu um plano de três anos para reconstruir o telhado e o pináculo, que desabou duas horas após o início do incêndio. “Precisamos estabelecer um prazo curto, como fizemos outras vezes em outros trabalhos excepcionais”, disse ele.

    O edifício gótico estava sendo reformado para reparar o efeito do clima e da poluição, com um orçamento de 11 milhões de euros (48 milhões de reais), financiado pelo Estado francês.

    (Com AFP)

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