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Militares brasileiros evitam conflitos entre venezuelanos na fronteira

Manifestantes foram dissuadidos de arremessar pedras contra a Guarda Nacional Bolivariana, que posicionara sua tropa de choque na área

Por Leandro Resende
Atualizado em 25 fev 2019, 22h00 - Publicado em 25 fev 2019, 20h58

Uma nova escalada de violência na fronteira do Brasil com a Venezuela em Pacaraima (RR) foi evitada nesta segunda-feira, 25, pela ação da Força Nacional, do Exército e da Policia Rodoviária Federal brasileiros. Manifestantes venezuelanos que exigem o ingresso da ajuda humanitária brasileira e americana em seu país mais uma vez tentaram entrar em confronto com soldados da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). Mas houve momentos de tensão.

Conflito na Venezuela
Venezuelanos exibem mensagem na região da fronteira entre o Brasil e a Venezuela em Pacaraima (RR) – 25/02/2019 (Rodrigo Sales/VEJA.com)

No fim de semana, o quadro foi preocupante. Venezuelanos no lado brasileiro da fronteira arremessaram pedras na direção de soldados da GNB, que revidaram. Bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo foram lançadas por eles para o lado do Brasil.

A estratégia montada pelas Forças brasileiras na tarde de domingo 24 funcionou e foi repetida nesta segunda-feira. A fronteira brasileira ficou aberta, mas uma linha de segurança impediu a aproximação de manifestantes que queriam se aproximar dos soldados da GNB. Outros tentaram baixar a bandeira venezuelana para hastear outra, que trazia em azul as palavras “paz” e “liberdade”.

Dissuadidos pelos militares brasileiros, muitos dos manifestantes subiram um morro na lateral da fronteira e se armaram mais uma vez com pedras. Alguns chegaram a atirá-las. Mas, dessa vez, não houve revide.

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A GNB trouxe um caminhão da tropa de choque para a área próxima da fronteira, que permaneceu apenas em observação. Antes, militares brasileiros desmobilizaram os protestos e acalmaram os ânimos no novo perímetro de segurança. O Palácio do Planalto já havia avisado que não adotaria nenhuma medida de força na região, a não ser que o país fosse agredido.

No fim de semana, os soldados da GNB mataram e feriram civis venezuelanos na região de fronteira com o Brasil, muitos dos quais transferidos para tratamento em Boa Vista (RR). Em Santa Elena de Uairén, cidade a 15 quilômetros de Pacaraima, foram registradas a morte de 25 pessoas desde a última sexta-feira, de acordo com relato de Emilio González, prefeito de Gran Sabana. Outras 84 foram feridas.

Na sexta-feira, os hospitais de Roraima já haviam recebido manifestantes da comunidade indígena de Kumarakapai, do lado venezuelano, a cerca de 80 quilômetros de Pacaraima. Eles foram feridos por tropas da GNB quando protestavam em favor do fim do bloqueio na fronteira com o Brasil e do ingresso da ajuda humanitária.

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