Metade dos homens recém-convocados para as Forças Armadas da Rússia foi dispensada por não ser elegível ao serviço militar, disse uma autoridade regional de Moscou nesta segunda-feira, 3. Um oficial do Exército russo foi demitido após erros no recrutamento.
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“Em dez dias, vários milhares de nossos compatriotas receberam intimações e compareceram para registro e alistamento militar. Cerca de metade deles voltou para casa porque não preenchia os critérios de seleção para o serviço”, disse Mikhail Degtyarev, governador da região de Khabarovsk, no extremo leste da Rússia, em uma postagem de vídeo no aplicativo de mensagens Telegram.
Segundo Degtyarev, o comissário militar local, Yuri Laiko, foi removido do cargo por convocar homens claramente inelegíveis. Ele acrescentou que o incidente não afetaria o plano de mobilização ordenado pelo presidente russo Vladimir Putin.
Vários relatos surgiram de que homens sem experiência militar, com idade avançada e portadores de deficiência estavam sendo convocados pelo Exército. Em nota publicada na semana passada, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, admitiu que erros estavam sendo cometidos e que, em algumas regiões, os governadores estavam trabalhando para corrigir a situação.
O decreto foi assinado em 21 de setembro e prevê a convocação de 300.000 militares da reserva para ir à guerra. Contudo, o anúncio provocou uma diáspora de milhares de homens em idade de combate que se recusaram a se alistar.
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A tentativa de mobilizar reservistas também causou uma série de protestos na última semana, levando à prisão de mais de 2.000 russos.
Para analistas de países ocidentais, a decisão do presidente Putin em mobilizar os reservistas deixa claro as falhas e problemas enfrentados pelas tropas russas nesta fase da guerra. Pouco mais de sete meses de conflito, a Ucrânia já anunciou ter recuperado pelo menos 6 mil quilômetros quadrados de território por meio de suas contra-ofensivas.