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Militares voluntários na Ucrânia podem enfrentar pena de morte, diz Rússia

Dois americanos foram capturados em Donetsk, em mais um episódio de estrangeiros sendo tratados como mercenários por Moscou

Por Da Redação
21 jun 2022, 11h00
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  • O Kremlin disse nesta terça-feira, 21, que dois combatentes voluntários americanos capturados na Ucrânia não estão protegidos pelas convenções de Genebra e podem enfrentar a pena de morte.

    “Estamos falando de mercenários que ameaçaram a vida de nosso pessoal”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “E não apenas a nossa, mas também da DPR e da LPR”, acrescentou, referindo-se às autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, controladas pela Rússia.

    A mídia russa afirmou que dois dos três voluntários americanos desaparecidos na Ucrânia foram capturados e estão detidos por forças separatistas pró-Rússia. O Kremlin, no entanto, negou que soubesse a localização dos dois homens.

    Questionado se os americanos poderiam ser julgados em território controlado pela Rússia em Donetsk e condenados à morte, Peskov disse: “Não podemos excluir nada, porque essas são decisões do tribunal. Nós nunca comentamos sobre eles e não temos o direito de interferir nas decisões do tribunal”.

    Os dois homens foram detidos por separatistas apoiados pela Rússia em Donetsk depois de serem capturados na semana passada, segundo a mídia estatal russa.

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    Alexander Drueke, 39, e Andy Tai Ngoc Huynh, 27, ambos do Alabama, foram filmados pela emissora russa RT em um centro de detenção em Donetsk na última sexta-feira. Os dois americanos desapareceram no início deste mês durante uma batalha ao norte de Kharkiv.

    A ameaça de pena de morte contra os dois homens ocorre após a condenação à morte de dois britânicos e um marroquino que se renderam em Mariupol depois de lutar com as forças ucranianas. Há especulações de que a Rússia pode usar os homens para negociar a libertação de soldados russos capturados pelas forças ucranianas.

    Embora a Rússia tenha uma moratória sobre a pena de morte, essa moratória não se estende à autoproclamada República Popular de Donetsk.

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    Apesar das alegações da Rússia e seus aliados na Ucrânia de que as convenções de Genebra não protegem os combatentes estrangeiros capturados – que Moscou caracteriza como “mercenários” –, todos que servem as forças armadas ucranianas devem ser tratados como prisioneiros de guerra.

    As convenções de Genebra também proíbem o julgamento de combatentes capturados por participação legal em conflito, em oposição a atos ilegais cometidos durante o combate.

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    Um porta-voz do Departamento de Estado disse à emissora americana CNN na sexta-feira 17 que “estamos em contato com as autoridades ucranianas, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e com as próprias famílias [dos combatentes]”.

    Em 9 de junho – o dia em que os dois voluntários norte-americanos foram capturados –, um tribunal de Donetsk condenou à morte os cidadãos britânicos Sean Pinner e Aiden Aslin, e o cidadão marroquino Saaudun Brahim. O chefe da República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, de que ele não planejava trocá-los por prisioneiros de guerra russos.

    “A troca dos homens britânicos condenados à morte na RPD não está em discussão, não há motivos para perdoá-los”, disse Pushilin ao jornal russo Novaya Gazeta na semana passada.

    Um terceiro americano, desaparecido em ação na Ucrânia, foi identificado como o ex-veterano da Marinha dos Estados Unidos Grady Kurpasi. Sua família perdeu contato com ele desde o final de abril.

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