Ministério da Defesa da Ucrânia convoca brasileiros para lutarem na guerra contra a Rússia
Em vídeo, alistamento é definido como 'uma oportunidade única de conseguir uma profissão que trará rendimentos para o resto da sua vida'

O ministério da Defesa da Ucrânia lançou uma iniciativa para convocar sul-americanos, entre eles brasileiros, a se alistarem no Exército do país, que engata no terceiro ano de guerra contra a Rússia. Em um vídeo de anúncio, o governo ucraniano informa que “recentemente, o número de voluntários de diferentes países aumentou 2,5 vezes” e que fornece “tudo o que precisam”, incluindo comida, vestuário, equipamento de proteção, armas e dinheiro.
“Durante o período de participação em operações de combate, o salário pode chegar aos 4.500 dólares americanos por mês (mais de R$ 25 mil na cotação atual)“, disse o vídeo. “Mas o mais importante é a formação. Treinamos aqui operadores de drones, médicos de combate e operadores das armas mais avançadas.”
A gravação define o alistamento como “uma oportunidade única de conseguir uma profissão que trará rendimentos para o resto da sua vida”. No site, são estabelecidos os requisitos: ter entre 18 e 60 anos, não ter antecedentes criminais, não ter doenças crônicas, estar em bom estado físico e conseguir entrada legal para o país — ao lado, o texto informa que “as Forças Armadas da Ucrânia não fornecem vistos (se necessário) e não cobrem custos de viagem”.
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Além disso, o portal apresenta comentários de voluntários. Entre eles, está um soldado brasileiro identificado como “JC”, que se juntou às tropas ucranianos em fevereiro de 2023. Com experiência na guerra do Kosovo, JC afirmou que “o mais importante é estar preparado”, acrescentando: “Juntos, somos fortes”. O site também mostra que as vagas disponíveis são para soldados em posições de artilharia e em tanque, assim como técnico de veículos aéreos não tripulados (UAV).
O processo de recrutamento consiste em diferentes etapas: aplicação inicial, quando acontece o processo de inscrição em que é avaliado a “elegibilidade para o serviço militar”; avaliação de documento, parte em que os critérios necessários são confirmados; entrevista e avaliação, que pode ser presencial ou virtual, para “discutir sua motivação, habilidades e preparação”, podendo incluir “testes de aptidão física e avaliações psicológicas”.
Segundo o Itamaraty, 12 brasileiros morreram no conflito entre fevereiro de 2022 e dezembro de 2024. É difícil, no entanto, ter acesso a um número preciso de quantos brasileiros foram recrutados e estão nos campos de batalha pelo lado ucraniano. No início do conflito, mais de 100 brasileiros se disponibilizaram para lutar, mas estimativas recentes apontam que apenas cerca de 40 continuam atuando no país.