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Ministério Público venezuelano vai investigar Guaidó por corrupção

As suspeitas de corrupção começaram após denúncias de desvio de dinheiro destinado a ajuda humanitária em cidade fronteiriça na Colômbia

Por Da Redação
Atualizado em 19 jun 2019, 19h24 - Publicado em 19 jun 2019, 17h09
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  • O Ministério Público da Venezuela anunciou nesta terça-feira, 18, a abertura de investigação contra o líder oposicionista Juan Guaidó por suposta responsabilidade por dois aliados acusados de desvio de dinheiro destinado a ajuda humanitária aos venezuelanos refugiados na Colômbia. Guaidó afastou os dois suspeitos de suas funções.

    O inquérito instaurado contra Guaidó e seus representantes Rossana Edith Barrera Castillo e Kevin Javier Rojas Peñaloza surgiu após a publicação de uma reportagem no jornal Panam Post na sexta-feira 14. O Material trouxe fotos de documentos e mensagens que comprovariam o desvio de dinheiro por Barrera e Rojas em Cúcuta, cidade colombiana que faz fronteira com a Venezuela.

    Segundo a reportagem, os dois representantes de Guaidó lavavam o dinheiro em hotéis e o usavam para comprar itens de luxo, como bebidas alcoólicas. A denúncia contra o próprio Guaidó, entretanto, tem os traços de cerco possível do regime de Nicolás Maduro.

    No dia seguinte da publicação, o gabinete de Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino da Venezuela, pediu por comunicado a “colaboração das autoridades colombianas em uma investigação imparcial para esclarecer as denúncias” e informou ter afastado Castillo e Rojas de suas funções.

    “Cremos no direito à defesa e na presunção de inocência, ao mesmo tempo em que trabalhamos com responsabilidade para garantir a transparência necessária”, afirma a nota.

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    Nesta quarta-feira, porém, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou à imprensa a abertura da investigação contra Guaidó. Para ele, o líder opositor é “mentor desta rede” de corrupção por ter nomeado Barrera e Rojas como seus representantes em Cúcuta. Saab recebeu o cargo de procurador de Maduro.

    O procurador ainda disse que os dois suspeitos serão acusados de “legitimação de capitais, corrupção e associação para cometer delitos”.

    “Essas pessoas falsificaram recibos de supostos pagamentos de hotéis onde se alojavam os venezuelanos. Além disso, inflacionaram os números de militares desertores que se encontravam em Cúcuta para justificar o desperdício de dinheiro”, acrescentou.

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    Saab também disse que vai solicitar ao governo colombiano que entregue documentos que provariam o esquema de desvio de dinheiro.

    O anúncio da investigação contra Guaidó ocorre durante a visita de Michelle Bachelet, alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, à Venezuela. Bachelet se reunirá com tanto com Maduro quanto com Guaidó e também conversará com pessoas que foram vítimas de abusos e violações dos direitos humanos no país.

    A crise econômica na Venezuela fez com que 4 milhões de pessoas deixassem suas casas e fossem se refugiar em outros países. Segundo relatório divulgado pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados, até o fim de 2018, o total de venezuelanos no exterior chegava a 3 milhões de pessoas.

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