A presidente da Moldávia, Maia Sandu, convocou nesta terça-feira, 26, uma reunião de seu conselho de segurança após uma série de incidentes na Transnístria e um aviso da Rússia de que a região pode ser arrastada para a guerra na Ucrânia.
O território faz fronteira com a Ucrânia e é controlado por separatistas pró-Moscou, que anunciaram unilateralmente sua independência do restante do país no início da década de 1990. Autoridades da Transnístria anunciaram nesta terça-feira uma série de novas medidas de segurança para conter o avanço de separatistas na Moldávia, como a instalação de postos militares nas entradas das cidades próximas à fronteira.
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A decisão ocorreu após incidentes suspeitos na área, que abriga permanentemente 1.500 soldados russos, além de um grande depósito de armas. Na manhã desta terça-feira, autoridades locais disseram que duas antenas de transmissão de rádio foram destruídas.
O episódio foi precedido por um ataque ao Ministério da Segurança do Estado na cidade de Tiráspol, capital da Transnístria. Segundo o canal de televisão local, TSV, o prédio foi alvejado por suspeitos com lançadores de granadas. Ainda não há informações sobre vítimas.
Comentando sobre a explosão na sede de segurança, o governo da Moldávia disse que o incidente tinha como objetivo aumentar a tensão na região separatista.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres que a notícia é motivo de séria preocupação e que Moscou está acompanhando os acontecimentos de perto.
Na semana passada, um alto comandante russo disse que o objetivo da nova ofensiva da Rússia era assumir o controle do sul da Ucrânia e obter acesso à Transnístria, criando preocupações de que o pequeno país do leste europeu possa se tornar um novo foco da guerra.
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Com cerca de 3.500 km² e uma população estimada em 350.000 pessoas, a região da Transnístria se separou da Moldávia após um breve conflito militar durante o colapso da União Soviética, no início da década de 1990.
No entanto, a independência da então autoproclamada República Moldávia Peridniestriana (RMP) não foi reconhecida internacionalmente. A Ucrânia, a União Europeia e os Estados Unidos classificaram a ação como ilegal.
Em 2014, após a Rússia anexar a península Crimeia – território que pertencia à Ucrânia –, ativistas e políticos da Transnístria chegaram a pedir ao Parlamento russo que autorizasse a região, que faz fronteira com a Ucrânia, a se juntar à Rússia.
No início do mês, a presidente moldava sancionou uma lei que proíbe a exibição pública das letras “Z” e “V”, assim como a fita preta e laranja de São Jorge, vistos como símbolos de apoio à invasão da Rússia na Ucrânia.