Ao celebrar a saída do Reino Unido da União Europeia, efetivada às 23h (20h, em Brasília) desta sexta-feira, 31, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson louvou a “soberania recuperada” e anunciou uma “nova era de cooperação amigável” com o bloco europeu. Chegou até mesmo a arriscar um tom lírico.
“A União Europeia tem evoluído nos últimos 50 anos em uma direção que não serve mais a este país”, disse Johnson. “O dia amanhece e a cortina sobe em um novo ato em nosso grande drama nacional”, concluiu.
O premiê, que descreveu a saída de seu país do bloco europeu como um “momento surpreendente de esperança”, afirmou se comprometer em garantir uma “nova era de cooperação amigável” com os europeus. O Brexit “não é um final, mas um começo”, disse.
Johnson ainda defendeu que a ruptura com a União Europeia foi “confirmada pelo povo britânico nas urnas não apenas uma vez, mas duas”, em referência ao referendo do Brexit de 2016 e às eleições parlamentares de dezembro de 2019, que resultaram na maior vitória do Partido Conservador, legenda de Johnson, desde 1987. Essa última votação garantiu maioria parlamentar suficiente para aprovar a saída.
A partir das 23h desta sexta, o Reino Unido entra em um período de “transição”, mas ainda estará sob as regras da União Europeia. Nessa fase, Londres se mantém ainda no mercado comum europeu e terá de reconhecer os julgamentos das cortes europeias.
O período de “transição”, que se encerrará até o final de dezembro de 2020, servirá para o Reino Unido negociar com a União Europeia o futuro de suas relações. A expectativa é que haja um acordo comercial entre os dois lados.