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Morre Alfie Evans, bebê com doença degenerativa que mobilizou até o Papa

Aparelhos foram desligados contra a vontade dos pais. Médicos consideraram que não havia esperanças de recuperação

Por AFP 28 abr 2018, 11h15

O bebê britânico Alfie Evans, que estava em estado terminal, morreu neste sábado (28) após uma longa batalha judicial de seus pais para tentar prolongar seu tratamento contra a opinião dos médicos. Alfie sofria de uma rara doença neurológica degenerativa e estava hospitalizado desde dezembro de 2016.

Na quarta-feira, a Justiça britânica negou um recurso para transferir o bebê à Itália para continuar um tratamento depois que os médicos britânicos decidiram interromper o tratamento que aplicavam nele. Com o apoio do papa Francisco e do governo italiano, o objetivo dos pais de Alfie era que lhes permitissem levar à Itália seu filho em estado semivegetativo.

Com a permissão da Justiça, o Hospital Alder Hey de Liverpool desconectou, na segunda-feira, o menino do suporte vital, pois os médicos consideraram que não havia esperanças de recuperação, e mantê-lo vivo seria prolongar seu sofrimento. A Alta Corte de Justiça britânica, a Corte de Apelação, a Suprema Corte e o Tribunal Europeu de Direitos Humanos já haviam negado o pedido dos pais. Após a retirada do suporte vital, o menino seguiu vivo até este sábado.

“Nosso pequeno criou asas esta noite às 2h30. Estamos com o coração partido. Obrigado a todos pelo apoio”, escreveram no Facebook Kate James e Thomas Evans, os pais da criança de 23 meses.

O caso de Alfie atraiu o interesse de todo o mundo, especialmente na Polônia e na Itália, cujo governo concedeu na segunda a nacionalidade italiana a Alfie com a esperança de facilitar sua transferência ao hospital pediátrico Bambino Gesù de Roma. O próprio papa Francisco se envolveu pessoalmente. Fez vários telefonemas pedindo que o bebê fosse mantido vivo e recebeu Tom Evans em uma audiência privada.

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“Comovido pelas orações e pela ampla solidariedade em favor do pequeno Alfie Evans, renovo meu apelo para que o sofrimento de seus pais seja ouvido e seu desejo de experimentar novas possibilidades de tratamento seja cumprido”, tuítou o pontífice na segunda-feira.

Além do aspecto médico, o caso de Alfie levantou questões éticas difíceis, como aconteceu com casos anteriores, como o de Charlie Gard, nascido em agosto de 2016 e que sofria de uma doença genética rara.

Ele morreu em julho de 2017, depois que os médicos retiraram a respiração assistida e após cinco meses de batalha legal dos pais para levá-lo aos Estados Unidos para um tratamento experimental.

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