O ex-ditador do Egito Hosni Mubarak morreu nesta terça-feira, 25, aos 91 anos. Segundo seu cunhado, o general Munir Thabet, Mubarak estava internado no hospital militar Galaa, no Cairo. Ele renunciou ao cargo em 2011, após 30 anos no poder, em meio aos protestos da Primavera Árabe.
A família do ex-ditador estava no hospital, indicou Thabet, que também explicou que a presidência egípcia será a responsável por organizar o funeral de Mubarak.
Em 24 de janeiro, Alaa Mubarak, filho do ex-ditador, anunciou no Twitter que o pai havia sido submetido a uma cirurgia e que estava bem.
Desde que renunciou à presidência do Egito, o estado de saúde de Hosni Mubarak era objeto de especulações e informações contraditórias que citavam depressão, câncer ou problemas cardíacos. Ele foi hospitalizado diversas vezes no CTI desde que deixou o poder.
A presidência do Egito, ocupada desde 2014 por Abdel Fattah el-Sisi, publicou um comunicado no qual dá pêsames à família de Mubarak e se refere a ele como “um herói da guerra de outubro de 1973” em Israel, durante a qual comandou a Força Aérea.
Renúncia
Em meio aos protestos que ficaram conhecidos como a Primavera Árabe, o então vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, anunciou em 11 de fevereiro de 2011 que Hosni Mubarak havia renunciado à presidência do Egito. Suleiman fez o anúncio em uma breve declaração na TV estatal e disse que Mubarak entregou o poder ao alto comando das Forças Armadas. A multidão de manifestantes que pediu sua saída durante 18 dias comemorou nas ruas do Cairo, aplaudindo, balançando bandeiras, se abraçando e tocando buzinas. “O povo derrubou o regime”, gritavam. Suleiman também renunciou ao cargo de vice-presidente.
A renúncia aconteceu um dia após Mubarak anunciar que permaneceria no cargo que ocupava havia mais de 30 anos, apesar da grande pressão popular. Os manifestantes reagiram furiosos ao discurso do ditador e pediram ao Exército que se unisse a eles na rebelião. Antes do anúncio, a praça Tahrir, epicentro da sublevação popular, amanheceu tomada pela oposição e cerca de 2.000 manifestantes cercavam o palácio presidencial e o prédio da televisão estatal egípcia.
No mesmo dia, o ex-ditador deixou o Cairo, acompanhado da família, rumo ao balneário Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, onde tinha uma casa.