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Mujica defende a legalização da cocaína

Ex-presidente e atual senador do Uruguai diz que medida geraria problema médico, mas, segundo ele, é melhor gastar com enfermeiro do que com repressão

Por Da Redação
Atualizado em 6 dez 2019, 16h32 - Publicado em 6 dez 2019, 15h58

O ex-presidente e atual senador uruguaio José ‘Pepe’ Mujica defendeu a legalização da cocaína no país em uma entrevista à emissora mexicana Televisa. Sob o seu mandato, o Uruguai legalizou o consumo da maconha, em 2013. “Deveríamos ter a coragem de legalizar o consumo de cocaína, registrar os consumidores e identificá-los”, afirmou o ex-presidente, de 84 anos. “E aí vamos ter um problema médico, mas, no lugar de gastar em aparatos de repressão, vamos gastar com enfermeiros. (…) Mas para isto tem que haver muita coragem política”, completou.

Mujica foi questionado sobre a situação do Uruguai após a legalização do consumo de maconha. “Eu acho ridículo prender um menino por fumar um cigarro. Eu não recomendo nenhuma droga, pelo contrário”, respondeu. “Por que existe o narcotráfico? Por dois motivos: porque existem consumidores e porque proibimos o consumo”, continuou. “E ao proibir, o transformamos em um negócio fantástico, porque tudo que é proibido custa muito mais.”

Em 2013, quando era presidente, Mujica autorizou que nativos maiores de 18 anos ou estrangeiros que moram no país pudessem comprar e plantar maconha livremente. O Uruguai foi o primeiro país do mundo a legalizar a venda da droga. No uso recreativo, as pessoas têm acesso à erva por cultivo próprio, clubes especializados ou farmácias. A quantidade máxima permitida para porte e uso particular mensal é de 40 gramas.

Mujica foi eleito senador nas eleições de outubro pela coalizão de esquerda Frente Ampla (FA). O ex-guerrilheiro, ex-deputado, e ex-presidente uruguaio que governou o país de 2010 a 2015 decidiu voltar ao Parlamento para ajudar na renovação de uma esquerda uruguaia carente de líderes de grande expressão.

Contudo, o candidato à Presidência da Frente Ampla, Daniel Martínez, foi derrotado no segundo turnas das eleições pelo opositor Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional (PN, centro-direita). A mulher de Mujica, a atual vice-presidente do Uruguai, Lucía Topolansky, de 75 anos, também foi eleita para o Senado pela lista liderada por Mujica.

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