Uma mulher foi presa nos Estados Unidos nesta quinta-feira, 17, após ser acusada de ameaçar matar uma juíza que está supervisionando um dos processos criminais contra o ex-presidente do país, Donald Trump.
Abigail Jo Shry, 43, do Texas, supostamente telefonou para o tribunal em Washington D.C., onde tramita o processo, em 5 de agosto e usou um xingamento racista em sua mensagem para Tanya Chutkan, a juíza distrital dos Estados Unidos que preside o caso em que o Departamento de Justiça acusa Trump de conspiração por tentar reverter os resultados eleitorais de 2020.
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Shry também supostamente ameaçou matar políticos do Partido Democrata no Congresso.
Ela admitiu ter feito o telefonema depois que investigadores rastrearam seu número de celular, de acordo com um documento do tribunal. Na ligação, Shry supostamente disse à juíza: “Você está na nossa mira, queremos matá-la”.
Os promotores dizem que a texana acrescentou: “Se Trump não for eleito em 2024, vamos matá-la”.
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Além disso, ela fez ameaças contra todos os democratas em Washington D.C. e a comunidade LGBTQIA+, de acordo com o processo judicial. Supostamente, Shry também ameaçou matar a congressista Sheila Jackson Lee, uma democrata negra do Texas que está concorrendo à prefeitura de Houston.
Quando a polícia federal foi à casa de Shry no subúrbio de Alvin, em Houston, três dias depois, ela disse que não tinha intenção de ir a à capital do país para cumprir suas ameaças, mas teria acrescentado que “se Sheila Jackson Lee vier para Alvin, então precisamos nos preocupar”.
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Um dia antes do telefonema ameaçador, Trump havia postado em sua rede social, Truth Social, em letras maiúsculas: “SE VOCÊ FOR ATRÁS DE MIM, EU VOU ATRÁS DE VOCÊ!” O ex-presidente americano havia sido indiciado um dia antes pelas acusações de conspiração eleitoral.
Na última sexta-feira 11, a juíza Chutkan alertou em uma audiência no tribunal que ambos os lados deveriam evitar quaisquer “declarações inflamatórias” sobre o caso.
Ao mesmo tempo, em ataques a oficiais envolvidos em outro caso contra o ex-presidente, apoiadores de Trump publicaram detalhes pessoais dos membros do grande júri da Geórgia que votaram para indiciá-lo por interferência eleitoral no início desta semana.
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Um relatório de uma organização de investigação privada revelou que, nas redes sociais, trumpistas defenderam o uso da violência contra os membros do júri e Fani Willis – promotora que lidera o caso.
Nesta segunda-feira, um tribunal da Geórgia publicou uma acusação de 98 páginas contra Trump por “conspirar ilegalmente” para mudar o resultado da eleição enquanto participava de uma “organização criminosa”.
Ele nega todas as acusações. Willis deu a Trump e a outros 18 réus a oportunidade de se renderem voluntariamente até o meio-dia de 25 de agosto.