Christine Blasey Ford, mulher que acusa de agressão sexual o juiz Brett Kavanaugh, candidato Donald Trump à Suprema Corte americana, aceitou neste sábado testemunhar perante o Senado na próxima semana.
Ela “aceita o pedido da comissão do Senado de revelar em primeira mão sua experiência do comportamento sexual inapropriado de Brett Kavanaugh na próxima semana”, indicaram seus advogados em um texto aos senadores obtido pela imprensa americana.
A Comissão de Justiça e seu presidente, o republicano Chuck Grassley, desejam ouvir o seu testemunho, bem como o de Kavanaugh, acusado pela professora universitária de 51 anos de agressão sexual durante uma noite na década de 1980 em um subúrbio de Washington. O magistrado nega a acusação e também concordou em testemunhar.
Christine pretende chamar uma testemunha que estava presente no dia da suposta agressão, que teria ocorrido quando ela tinha 15 anos e Brett Kavanaugh, 17.
Se Kavanaugh for confirmado para o cargo vitalício, os juízes progressistas estarão em minoria por um longo tempo na Suprema Corte, que tem jurisdição sobre numerosas questões que dividem a sociedade, tais como o direito ao aborto.
Os republicanos querem que a votação aconteça antes das eleições de meio de mandato, em novembro, nas quais podem perder o controle do Congresso.
O presidente Donald Trump reiterou, na sexta-feira, o apoio a seu candidato. “Não tenho dúvida de que, se o ataque contra a doutora Ford foi tão terrível como ela conta, então teria apresentado imediatamente acusações às autoridades locais encarregadas do cumprimento da lei”, tuitou. “Peço que ela traga essas acusações para que possamos saber a data, a hora e o lugar!”
A mensagem de Trump provocou reações imediatas em vários setores e a hashtag #WhyIDidntReport (#porquenãodenunciei) se tornou o tema mais comentado no Twitter nos Estados Unidos. Chuck Schumer, líder dos democratas no Senado, declarou que os comentários de Trump revelam uma profunda “incompreensão” do “trauma” que sofrem as vítimas.