Mulheres, jovens e belas? Jacinda e Sanna criticam machismo em coletiva
As premiês da Nova Zelândia e da Finlândia tiveram primeiro encontro cara a cara, que jornalista sugeriu ser motivado porque são jovens líderes femininas
Após uma reunião bilateral na cidade neozelandesa de Auckland, nesta quarta-feira, 30, as primeiras-ministras da Finlândia e da Nova Zelândia criticaram sugestões de jornalistas de que seu primeiro encontro cara a cara só aconteceu porque ambas são jovens líderes femininas.
“Nos reunimos pelo fato de sermos primeiras-ministras”, disse a finlandesa Sanna Marin em coletiva de imprensa, depois que um jornalista deixou implícito que o encontro foi motivado porque ambas compartilham um grupo demográfico semelhante.
“Eu me pergunto se alguém já perguntou a Barack Obama [ex-presidente dos Estados Unidos] e John Key [ex-premiê da Nova Zelândia] se eles se encontraram porque eram da mesma idade”, criticou a líder neozelandesa, Jacinda Ardern.
“Temos uma proporção maior de homens na política – é a realidade –, mas só porque duas mulheres se encontram, não quer dizer que é por causa de seu gênero”, completou.
Ardern acrescentou que as duas estavam focadas na responsabilidade que elas, como líderes femininas, tinham para com as mulheres em países que estão enfrentando “circunstâncias terríveis, onde estamos vendo o mais básico dos direitos humanos sendo reprimido e violado”. Ela citou o Irã como um “bom exemplo” dessas terríveis circunstâncias.
Marin disse que ambas queriam defender juntas a igualdade “para garantir que todas as mulheres e meninas em todo o mundo tenham os mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os homens”.
A visita de Marin à Nova Zelândia foi sua primeira viagem oficial, e a primeira visita de um líder finlandês ao país. Após uma reunião bilateral na manhã desta quarta-feira, ambas falaram do compromisso entre a Nova Zelândia e a Finlândia em aumentar as oportunidades comerciais, combater as mudanças climáticas e aprofundar laços.
“Nossos países estão alinhados em questões incrivelmente importantes – compartilhamos um forte compromisso com os valores democráticos como base para sociedades abertas, tolerantes, resilientes e iguais, e com o multilateralismo e uma ordem baseada em regras que sustenta a paz e a prosperidade globais desde 1945”, disse Ardern, acrescentando que essa ordem estava sob pressão globalmente, com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
“O conflito, estou ciente, está literalmente às portas da Finlândia”, disse Ardern, “e apreciei as perspectivas perspicazes da primeira-ministra sobre a guerra e, claro, o impacto duradouro que pode ter na Europa e na segurança global”.
Marin disse que tinha sido seu “pedido especial” visitar a Nova Zelândia e esperava que sua visita levasse as “já excelentes relações dos países para o próximo nível”. Na quinta-feira, 1, a líder finlandesa parte para a Austrália.