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Mulheres são principal alvo de ataques e ódio na internet, diz relatório

Estudo realizado em quatro países da UE mostra que elas recebem quase o triplo de mensagens abusivas do que grupos como negros, ciganos ou judeus

Por Da Redação
29 nov 2023, 14h13

Um relatório da União Europeia divulgado nesta quarta-feira, 29, revelou que as mulheres são os principais alvos de ataques e mensagens de ódio na internet, incluindo conteúdo com linguagem abusiva, assédio e incitamento à violência sexual.

O estudo da Agência dos Direitos Fundamentais do bloco europeu (FRA) instou plataformas de redes sociais a prestarem atenção especial às características de usuários, como o gênero e a etnia, ao moderarem conteúdos considerados inadequados.

O que diz o relatório

A pesquisa foi realizada em quatro países da União Europeia, Bulgária, Alemanha, Itália e Suécia, entre janeiro e junho de 2022. As redes analisadas foram o YouTube, Telegram, Reddit e X, anteriormente conhecido como Twitter, sendo que o Facebook e o Instagram, cujos dados a FRA não teve acesso, ficaram de fora.

O documento demonstrou que as mulheres são os principais alvos de ataques online em todas as plataformas analisadas, em todos os países incluídos no levantamento. De acordo com os resultados da pesquisa, elas recebem quase o triplo de mensagens de ódio do que grupos como pessoas negras, ciganos ou judeus, as outras minorias que o relatório levou em conta.

“O grande volume de ódio que identificamos nas redes sociais mostra claramente que a União Europeia, os seus Estados membros e as plataformas online podem intensificar esforços para criar um espaço mais seguro para todos na internet”, disse Michael O’Flaherty, diretor da FRA.

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O plano da UE para combater o ódio nas redes sociais

A Comissão Europeia, órgão executivo do bloco, abriu, em outubro, investigações formais sobre as ações do TikTok, X e Meta, empresa-mãe do Facebook e Instagram, para remover conteúdo prejudicial de suas plataformas.

Os gigantes da tecnologia têm enfrentado um escrutínio maior recentemente, devido ao aumento de conteúdos nocivos e desinformação em conexão com a guerra Israel-Hamas, que fez triplicar incidentes de antissemitismo e islamofobia ao redor do mundo – tanto online quanto na vida real.

O recente relatório da FRA, além de fazer um diagnóstico relevante, pressionou as grandes plataformas de tecnologia e ferramentas de pesquisa, como Google, a ampliarem seus esforços para combater conteúdos prejudiciais e ilegais na internet.

A FRA destacou ainda o risco de multa para as empresas em caso de não cumprimento das recomendações, com base na Lei dos Serviços Digitais da União Europeia, regulamentação do ambiente online que entrou em vigor no ano passado.

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