Multidão acompanha funeral de Shiri Bibas e seus dois filhos, reféns mortos em Gaza
Shiri, de 32 anos, foi sequestrada com Ariel, 4, e Kfir, 9 meses, nos ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023

Milhares de israelenses se reuniram nesta quarta-feira 26 para o funeral de Shiri Bibas e seus dois filhos, Ariel e Kfir, que foram feitos reféns pelo grupo palestino radical Hamas e morreram em cativeiro na Faixa de Gaza. Os três foram sequestrados nos ataques de 7 de outubro de 2023, no kibutz de Niz Or, onde a família morava. O pai das crianças e marido de Shiri, Yarden Bibas, foi libertado através do acordo de cessar-fogo, no início deste mês.
A multidão seguiu caminho em direção à cidade de Tzohar, nos arredores da fronteira com Gaza e de Nir Oz, onde os corpos foram enterrados. Embora a cerimônia tenha sido privada, israelenses permaneceram na cidade central de Rishon LeZion, com bandeiras do país e faixas amarelas, usadas em apoio às famílias dos reféns, enquanto acompanhavam o cortejo fúnebre.
Os corpos foram entregues pelo Hamas na semana passada, como parte da trégua. Os militantes alegaram que a mãe e os filhos foram mortos por um bombardeio israelense, mas uma autópsia realizada por Israel, a qual nenhum órgão independente teve acesso, apontou que as crianças foram assassinadas e depois mutiladas para simular uma explosão. Quando o sequestro aconteceu, Ariel tinha 4 anos; Kfir, apenas 9 meses. Shiri, por sua vez, tinha 32 anos.
Eles foram sepultados ao lado dos pais de Shiri, assassinados em 7 de outubro. A irmã de Yarden, Ofri, criticou o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por tornar públicos os detalhes gráficos das mortes dos meninos, definindo a atitude como “abuso total de uma família que já está suportando o inferno há 16 meses”. No funeral, ela disse que esse “desastre como povo e como família não deveria ter acontecido, e não deve, não deve acontecer novamente” e que o premiê “preferiu a vingança” a salvar os três.
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Retorno dos corpos
O retorno do corpo de Shiri aumentou as tensões entre Israel e Hamas. O grupo radical entregou o corpo de Bibas à Cruz Vermelha em um caixão na sexta-feira 21, um dia após enviar à Israel um primeiro corpo que não era o dela. O erro foi fortemente criticado por Israel, que classificou como “violação grave” e ameaçou suspender o cessar-fogo em vigor desde janeiro.
O oficial do Hamas Ismail al-Thawabteh justificou o equívoco dizendo que o corpo de Shiri “foi transformado em pedaços após aparentemente ser misturado a outros corpos sob os escombros”. Os militantes ainda pediram às autoridades israelenses que devolvessem os restos mortais a Gaza, alegando que pertenciam a uma mulher palestina.