Milhares de pessoas se reuniram nas ruas das cidades iranianas de Meshed e Birjand nesta quinta-feira, 23, para o último dia dos rituais fúnebres do presidente Ebrahim Raisi, que morreu em um acidente de helicóptero no último domingo 19.
Raisi, 63 anos, será enterrado no santuário Imam Reza em Meshed, sua cidade natal. Uma multidão acompanhou o corpo do presidente ultraconservador em seu trajeto do aeroporto até o local sagrado.
Em Birjand, milhares de pessoas marcharam pelas ruas segurando cartazes com o rosto de Raisi e bandeiras do Irã para se despedir do falecido presidente.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, decretou cinco dias de luto pela morte de Raisi, bem como do seu ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, e das outras cinco pessoas que estavam no helicóptero.
O ministro Amirabdollahian será enterrado nesta quinta-feira no santuário de Shah Abdol-Azim, na cidade de Shahr-e Rey.
Funeral
Nesta quarta-feira, 22, iranianos se aglomeraram para assistir ao funeral do presidente no Teerã, cercando caixões envoltos em bandeiras iranianas e deslocavam em cima de caminhões.
Khamenei, comandou as orações no funeral de quarta-feira, que contou com a presença de mais de 40 delegações estrangeiras, incluindo chefes de Estado e seus representantes, além do líder do Hamas, aliado do Irã, Ismail Haniyeh, e do vice-chefe do grupo militante libanês Hezbollah, Naim Qassem.
Descontentamento popular
Com a morte do presidente iraniano, o vice-presidente, Mohammad Mokhber, assumiu o cargo como interino em meio tensões entre a liderança clerical e a sociedade iraniana.
O governo de Raisi foi marcado por protestos em massa, desencadeados pela morte de Mahsa Amini, jovem curda detida pela chamada “polícia da moralidade” sob acusação de usar seu hijab (véu islâmico que cobre a cabeça) “de forma incorreta”.
A falta de interesse popular pelas eleições também preocupa a liderança do país, que utiliza a participação eleitoral para comprovar a credibilidade da República Islâmica de 45 anos. Nas últimas eleições presidenciais, que levaram Raisi ao poder em 2021, apenas 48% dos eleitores votaram, marcando um recorde de abstenção.
As eleições para escolher o novo presidente do país acontecerão no dia 28 de junho.