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Mundo reage com choque aos ataques israelenses a Gaza, que põem trégua em risco

Israel lançou a mais intensa ofensiva desde que o cessar-fogo entrou em vigor, em 19/01; autoridades palestinas registram 404 mortos e 562 feridos

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 mar 2025, 08h59

Israel lançou uma onda de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza na madrugada desta terça-feira, 18, matando centenas de pessoas e ameaçando o frágil acordo de cessar-fogo com o Hamas, em vigor desde 19 de janeiro.

A investida foi a mais intensa desde o início da trégua. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, registrou pelo menos 404 pessoas mortas e 562 feridas.

O Hamas, que governa o enclave palestino, disse que vê os ataques como um cancelamento unilateral do acordo.

“Netanyahu e seu governo extremista estão tomando a decisão de anular o acordo de cessar-fogo, expondo os reféns em Gaza a um destino desconhecido”, disse o grupo terrorista palestino em um comunicado.

Mais tarde, Izzat al-Risheq, um oficial do Hamas, disse em uma declaração que a opção de Netanyahu “por retomar a guerra” foi “uma decisão de sacrificar os prisioneiros da ocupação (Israel) e impor uma sentença de morte a eles”.

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O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por sua vez, comunicou que a operação estava em aberto e esperava-se que se expandisse.

“De agora em diante, Israel agirá contra o Hamas com força militar crescente”, disse o texto, acusando o Hamas de “se recusar repetidamente” a libertar os 59 reféns ainda em cativeiro, metade dos quais acredita-se estar com vida, além de “rejeitar todas as propostas que recebeu do enviado presidencial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, e dos mediadores” para estender a trégua.

“Não pararemos de lutar enquanto os reféns não forem devolvidos para casa e todos os nossos objetivos de guerra não forem alcançados”, sublinhou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz.

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Nos Estados Unidos, que Netanyahu enxerga como aliados máximos sob a gestão de Donald Trump, a reação foi contida. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o governo foi consultado por Israel sobre os ataques.

“Como o presidente Trump deixou claro, o Hamas, os hutis (rebeldes do Iêmen), o Irã, todos aqueles que buscam aterrorizar não apenas Israel, mas também os Estados Unidos da América, terão um preço a pagar – o inferno vai se soltar”, disse ela. Os hutis, que recém-sofreram uma série de ataques das forças americanas devido a sabotagens contra embarcações ocidentais na importante rota comercial do Mar Vermelho, afirmou que “intensificará os passos de confronto” em solidariedade ao povo palestino.

No ambiente doméstico, porém, Netanyahu, que havia subido nas pesquisas de popularidade, deve enfrentar reveses. O Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos, que representa os parentes de cativos do Hamas, disse em uma publicação no X (antigo Twitter) que a decisão do governo israelense de atacar Gaza mostrou que ele havia escolhido “desistir dos reféns”.

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“Estamos chocados, irritados e aterrorizados pelo desmantelamento deliberado do processo para devolver nossos entes queridos do terrível cativeiro do Hamas”, disse o grupo, questionando o governo sobre por que “desistiu do acordo de cessar-fogo”.

No resto do mundo, a reação foi de surpresa e consternação. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que Pequim estava “altamente preocupada” com a situação, pedindo que as partes “evitem quaisquer ações que possam levar a uma escalada da situação e previnam um desastre humanitário em larga escala”.

O Kremlin, que negocia seu próprio cessar-fogo na Ucrânia, alertou sobre uma “espiral de escalada” após os ataques de Israel. “Especialmente preocupantes, é claro, são os relatos de grandes vítimas entre a população civil”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

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O ministro das Relações Exteriores holandês, Casper Veldkamp escreveu no X que “todas as hostilidades devem terminar permanentemente”, pedindo proteção para “todos os civis” e respeito aos termos do cessar-fogo de ambos lados. O primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Store, foi mais longe ao descrever os ataques israelenses “uma grande tragédia” para o povo de Gaza. “Eles estão quase sem proteção. Muitos deles vivem em tendas e nas ruínas do que foi destruído”, disse ele.

A Suíça pediu um retorno imediato ao cessar-fogo, a libertação de todos os reféns e a entrega desimpedida de ajuda humanitária, enquanto o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, expressou seu horror sobre os intensos ataques israelenses.

“Isso adicionará tragédia à tragédia”, disse ele em um comunicado. Que Israel recorra a ainda mais força militar “só vai acumular mais miséria sobre uma população palestina que já sofre condições catastróficas”.

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O Egito, que atua como mediador nas negociações entre Israel e Hamas, ao lado do Catar e dos Estados Unidos, chamou os ataques aéreos israelenses de uma “violação flagrante” do acordo, dizendo que constituem uma “escalada perigosa que ameaça trazer sérias consequências para a estabilidade da região”.

A Turquia, uma das mais vocais críticas do governo Netanyahu, afirmou que as investidas desta terça-feira equivalem a uma “nova fase em sua política de genocídio” contra os palestinos. Em uma declaração, o Ministério das Relações Exteriores turco acrescentou que era inaceitável que Israel causasse um “novo ciclo de violência” na região, acrescentando que a “abordagem hostil” do governo israelense ameaçava o futuro do Oriente Médio.

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