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Na China, cidade de Guangzhou suspende restrições da Covid após protestos

A polícia ainda procura por manifestantes em outras cidades, enquanto o principal órgão de segurança do país pede repressão às 'forças hostis'

Por Amanda Péchy 30 nov 2022, 09h44

A cidade chinesa de Guangzhou suspendeu suas restrições contra a Covid-19 nesta quarta-feira, 30, depois de um embate entre manifestantes e a polícia na noite de terça-feira. Em outras cidades, no entanto, a polícia continua atrás de participantes dos protestos, e o principal órgão de segurança da China pediu uma repressão às “forças hostis”.

Autoridades anunciaram repentinamente o fim do lockdown em cerca de metade dos distritos de Guangzhou. Anúncios oficiais disseram às autoridades locais para remover “ordens de controle temporário” e reclassificar áreas como “baixo risco”. Eles também anunciaram o fim dos testes de PCR em massa.

A flexibilização das restrições, que ocorreu apesar do aumento de infecções (a cidade registrou quase 7 mil casos de Covid-19 na terça-feira), não se estendeu a todos os distritos. Algumas áreas, incluindo partes de Haizhu, onde os manifestantes brigaram com a polícia na noite de terça-feira, permaneceram sob restrições. Vídeos mostraram agentes de segurança, usando trajes de proteção, formando fileiras sob escudos policiais, para abrir caminho por uma rua cheia.

Alguns manifestantes jogaram objetos contra a polícia e, mais tarde, quase uma dúzia de homens foram filmados sendo levados com as mãos amarradas.

Haizhu, um distrito de mais de 1,8 milhão de pessoas, é a fonte da maior parte dos casos de Covid-19 em Guangzhou. Grande parte da área está sob lockdown desde o final de outubro.

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Comoção internacional

Após dias de raros protestos no país, contra a rígida política conhecida como Covid Zero, os Estados Unidos e o Canadá pediram que o governo não prejudique ou intimide os manifestantes.

Na terça-feira, o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que país defendia manifestantes pacíficos. “Não queremos ver manifestantes fisicamente prejudicados, intimidados ou coagidos de qualquer forma. É disso que se trata o protesto pacífico e é isso que continuamos defendendo, seja na China, no Irã ou em qualquer outro lugar do mundo”, disse ele à CNN.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse na terça-feira que todos na China deveriam poder protestar e desfrutar da liberdade de expressão, e que os canadenses estavam acompanhando de perto os protestos contra a política de Covid Zero do país.

“Todos na China devem ter permissão para se expressar, devem ter permissão para compartilhar suas perspectivas e, de fato, protestar”, disse Trudeau. “Vamos continuar a garantir que a China saiba que defenderemos os direitos humanos, apoiaremos as pessoas que estão se expressando.”

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+ Na China, papel em branco vira símbolo de protestos para evitar repressão

Crise política

O descontentamento com a rigorosa estratégia de prevenção da Covid-19 na China, três anos após o início da pandemia, gerou protestos em cidades de todo o país, na maior onda de desobediência civil desde que o líder do país, Xi Jinping, assumiu o poder há uma década.

Segundo a agência de notícias Reuters, as autoridades chinesas estão procurado pessoas que protestaram durante o último fim de semana. São se sabe o número de detidos nas manifestações.

O Ministério das Relações Exteriores chinês defendeu que direitos e liberdades devem ser exercidos dentro da estrutura da lei.

Na terça-feira, a China suspendeu aulas em universidades e inundou as ruas com policiais, na tentativa de dispersar os protestos. Em um aparente esforço para combater o descontentamento da população, autoridades também anunciaram planos para intensificar a vacinação de idosos.

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+ Manifestantes pedem liberdade em protestos contra lockdown na China

A medida é essencial para flexibilizar as restrições, mantendo o número de mortes em baixa e sem sobrecarregar o sistema de saúde. A população do país quase não desenvolveu imunidade natural à Covid-19, devido aos constantes lockdowns, e a China ainda não aprovou vacinas de mRNA, comprovadamente mais eficazes, para uso público.

Autoridades de saúde disseram na terça-feira que a China responderia às “preocupações urgentes” levantadas pelo público e que as regras da Covid-19 deveriam ser implementadas com mais flexibilidade, de acordo com as condições de cada região.

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Os protestos, contudo, levantaram preocupações na cúpula do Partido Comunista Chinês. A comissão que supervisiona toda a aplicação da lei doméstica na China se reuniu nesta terça-feira, e seus membros culparam a “infiltração e sabotagem” por “forças hostis” e pediram uma repressão, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.

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