Na Ucrânia, líderes da UE apoiam candidatura ‘imediata’ do país ao bloco
Anúncio foi feito por Macron em viagem junto a Scholz e Draghi; Bloco deve decidir na próxima semana se concederá status de candidato oficial ao ingresso
Durante visita a Kiev, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que França, Itália e Alemanha apoiam a candidatura “imediata” da Ucrânia à União Europeia, dando novo gás a um dos principais temas de negociações com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A fala de Macron, feita nesta quinta-feira, 16, aconteceu durante viagem junto ao chanceler alemão, Olaf Scholz, e ao primeiro-ministro italiano, Mario Draghi. Ele também prometeu a entrega de novos armamentos pesados, à medida que a Ucrânia sofre para controlar os avanços russos na região do Donbas.
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Segundo o presidente francês, os líderes europeus “estão fazendo de tudo para que a Ucrânia consiga sozinha decidir o seu destino”. O bloco deve decidir na próxima semana se concederá ao país o status de candidata oficial ao ingresso e Scholz confirmou durante a visita que o presidente ucraniano aceitou participar da próxima cúpula do G7, no final de junho.
A visita dos líderes segue declarações de Zelensky na semana passada sobre “palavras vazias”. Segundo ele, expressões de solidariedade da Europa em relação ao seu país deveriam ser seguidas de ação – mais especificamente, a aceitação formal da candidatura de seu país para ingressar na União Europeia.
Segundo Zelensky, a Ucrânia não deve ser forçada a permanecer em uma “zona cinzenta”, presa entre a perspectiva de um futuro melhor dentro da União Europeia e a ameaça contínua de Moscou.
O apelo não é inédito. No entanto, o contexto é diferente. A guerra contra a Rússia está cobrando um preço cada vez maior da Ucrânia, e tudo indica que o conflito vai se estender ainda mais.
A entrada da Ucrânia na União Europeia é controversa, apesar do apoio moral, militar e humanitário cedido a Kiev pelos líderes do continente, e apesar de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ter dito em fevereiro que a Ucrânia era “um de nós e queremos que eles na União Europeia”.
Nenhum país entrou no bloco desde a Croácia, em 2013 — reflexo do caminho longo para a adesão. Mesmo que a candidatura da Ucrânia fosse aceita, o processo até se tornar um membro pleno poderia levar anos.
Após os comentários de Zelensky, Roberta Metsola, a presidente do Parlamento Europeu, disse que a forma como o continente está lidando com a guerra seria julgada nos próximos anos, e que deve demonstrar sua determinação. “Na Europa, sabemos o custo do apaziguamento”, disse ela na cúpula de Copenhague. “Sabemos o peso das paredes e cortinas de ferro.”
Ela disse que, embora os Estados Unidos, a Europa e outros aliados tenham se unido em apoio à Ucrânia, o verdadeiro teste virá à medida que os custos da guerra crescerem e a atenção do público diminuir.
“Em última análise, [Vladimir] Putin está olhando para o mundo, esperando que vacilemos primeiro”, disse Metsola sobre o presidente da Rússia. “Mas não podemos fazer isso.”
Segundo ela, assim como a guerra em si é agora uma disputa de resistência e “quem consegue aguentar mais tempo”, manter o apoio político unido à Ucrânia exigirá firmeza e a capacidade de manter o foco nas apostas de longo prazo.