O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, vinculada às Nações Unidas, Rafael Grossi, emitiu um alerta de risco de acidente nuclear para a maior usina da Europa. A instalação, localizada na Ucrânia, está sob controle da Rússia desde o início de março.
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Em entrevista à agência de notícias Associated Press na terça-feira, 2, o diretor disse que todos os princípios de segurança nuclear foram violados na usina de Zaporizhzhia após sua captura por forças russas.
“Há uma série de coisas que nunca poderiam estar ocorrendo em uma instalação nuclear”, declarou Grossi, apontando que a integridade física da usina foi afetada por bombardeios. Além disso, o local estaria sofrendo uma crise na cadeia de suprimentos causada pela interrupção da reposição de equipamentos e peças durante o conflito.
A autoridade internacional pediu a cooperação de Moscou e Kiev para que uma inspeção da instalação fosse feita com urgência, a fim de estabilizar a situação.
“Precisamos entrar lá para realizar essa avaliação de segurança e proteção, fazer os reparos e ajudar como já fizemos em Chernobyl”, alegou.
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A captura russa de Zaporizhzhia renovou os temores de que o maior dos 15 reatores nucleares da Ucrânia possa ser danificado, desencadeando outra emergência como o acidente de Chernobyl. Ocorrido em 1986, a cerca de 110 quilômetros ao norte da capital ucraniana, o incidente é considerado o pior desastre nuclear do mundo.
Em 27 de abril, o chefe da AIEA visitou Chernobyl e ordenou uma “missão de assistência” local altamente contaminado. Na terça-feira, Grossi informou que a intervenção na antiga usina tem sido “muito bem-sucedida até agora”.
Apesar de o território ao redor da fábrica de Zaporizhzhia ser controlado pela Rússia, a usina é operada por funcionários ucranianos. Autoridades alegam que essa situação paradoxal está levando conflitos no interior da instalação.