A milícia libanesa Hezbollah comunicou nesta terça-feira, 29, que escolheu seu vice-chefe, Naim Qassem, para substituir o secretário-geral Hassan Nasrallah, que foi morto em um ataque aéreo israelense no sul de Beirute, capital do Líbano, no final de setembro.
O grupo armado, que é apoiado pelo Irã, disse em comunicado que seu conselho, chamado shura, elegeu Qassem, 71, usando um mecanismo estabelecido para escolher um novo secretário-geral.
Quem é Qassem
Ele foi nomeado vice-chefe do Hezbollah em 1991 pelo então líder da milícia, Abbas al-Musawi, que foi assassinado em um ataque israelense com um helicóptero no ano seguinte.
Qassem manteve o cargo quando Nasrallah se tornou líder, e há muito tempo é um dos principais porta-vozes do Hezbollah, realizando entrevistas com a mídia internacional, inclusive no período do último ano. Desde o início da guerra em Gaza, o grupo libanês começou a lançar foguetes contra Israel através da fronteira, numa troca de hostilidades que escalou nos últimos meses com uma sabotagem israelense aos pagers e walkie-talkies usados pelos membros da milícia e uma invasão terrestre ao Líbano.
Morte de Nasrallah
Nasrallah foi morto em 27 de setembro, em um “ataque direcionado” à sede subterrânea do grupo, segundo autoridades de Israel, abaixo de um prédio residencial em Dahiyeh, um subúrbio ao sul de Beirute controlado pelos terroristas. Hashem Safieddine, figura sênior do Hezbollah que era considerado seu sucessor mais provável, foi assassinado em bombardeios israelenses uma semana depois.
Desde então Nasrallah, Qassem deu três discursos na televisão, incluindo um em 8 de outubro, no qual disse que o grupo armado apoia esforços para alcançar um cessar-fogo para o Líbano.
No Líbano, muitos sentem que ele não tem o carisma e a influência de Nasrallah.
“Seu mandato neste cargo pode ser o mais curto da história dessa organização terrorista se ele seguir os passos de seus antecessores Hassan Nasrallah e Hashem Safieddine”, publicou no X a conta oficial do governo israelense em árabe. “Não há solução no Líbano, exceto desmontar essa organização como força militar”, completou.