Ghislaine Maxwell, ex-namorada e associada de longa data de Jeffrey Epstein, foi presa nesta quinta-feira, 2, em New Hampshire, nos Estados Unidos, por seu envolvimento no esquema de pedofilia coordenado pelo falecido financista. Maxwell é acusada de mentir sob juramento e de seduzir e transportar garotas menores de 18 anos de idade para que os integrantes da rede cometessem crimes sexuais.
A socialite britânica de 58 anos “estava entre os associados mais próximos de Epstein e o ajudou a explorar garotas com 14 anos”, disse a procuradora federal do distrito sul de Nova York, Audrey Strauss, que é responsável pelas acusações. “Maxwell teve um papel crítico ao ajudar Epstein a identificar, fazer amizade e preparar vítimas menores para serem abusadas. Em alguns casos, Maxwell participou do abuso ela mesma”, acrescentou Strauss.
Segundo as investigações, a socialite se aproximava das meninas, levando-as para fazer compras e ao cinema. Nessas ocasiões, perguntava sobre a a escola, família e a vida sexual das garotas. Depois de conquistar a confiança delas, tentava “normalizar o abuso sexual” discutindo sobre sexo e despindo-se diante delas.
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Clique e AssineSegundo o processo, Maxwell enfrenta formalmente quatro acusações envolvendo a “sedução de menores para atos sexuais ilegais” e o “transporte de menores para atividade sexual criminosa”.
Os crimes, de acordo com a acusação, teriam sido cometidos entre 1994 e 1997, em quatro localidades diferentes, incluindo a casa de Maxwell, em Londres, no Reino Unido. Os outros três locais eram propriedades de Epstein — a mansão dele em Nova York, uma casa de veraneio na Flórida e um rancho no estado americano do Novo México.
O processo cita três vítimas, cujas identidades foram preservadas. Dentre elas, duas teriam sido abusadas pela própria Maxwell.
Além dessas quatro acusações, Maxwell enfrenta outras duas de perjúrio por mentir enquanto estava sob juramento, em duas ocasiões diferentes em 2016.
A socialite pode ser condenada à prisão perpétua, mesmo se ela se declarar culpada, afirma o especialista em cálculo de penas Mark Allenbaugh.
Maxwell, filha do falecido magnata da mídia britânico Robert Maxwell, cuja fortuna foi perdida pela má gestão de seus herdeiros, mantém um perfil discreto desde a morte de Epstein.
O financista foi encontrado enforcado em sua cela em agosto. Ele estava preso preventivamente em Nova York desde junho, por risco de fuga, enquanto aguardava seu julgamento por acusações e “tráfico de menores”, como é tipificado o abuso sexual de menores.
Maxwell foi namorada de Epstein durante a década de 1990, e se manteve no círculo de pessoas próximas ao magnata após o término do relacionamento. Em um artigo da Vanity Fair de 2003, Epstein disse que Maxwell era sua “melhor amiga”.
(Com Reuters)