O presidente da Argentina, Mauricio Macri, afirmou nesta sexta-feira que a população “não deve se aventurar na busca por culpados” para o desaparecimento do submarino ARA San Juan.
Após uma reunião com os chefes da Força Armada, o líder afirmou que a busca por responsáveis “exigirá uma investigação séria e completa, que nos dê certeza de por que aconteceu o que estamos presenciando”. Macri afirmou também que, “com o apoio da comunidade internacional”, as buscas continuarão nos próximos dias.
A mensagem do presidente foi dada no nono dia da grande operação internacional que procura pelo ARA San Juan. Na quinta-feira, as autoridades argentinas revelaram que, no mesmo dia em que o submarino desapareceu, foi registrada uma explosão, que deixou rastros hidroacústicos que foram detectados.
De acordo com Macri, é preciso entender “como um submarino aparentemente sofreu essa explosão”. Mais cedo nessa sexta, surgiram relatos de que o presidente pretendia instaurar uma investigação sobre o misterioso desaparecimento e destituir seus altos comandantes militares. A informação, contudo, não foi confirmada oficialmente.
Cerca de 4.000 homens procuram o ARA San Juan em navios e aviões da Argentina, Alemanha, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Noruega, Peru, Reino Unido e Uruguai. Um embarcação da Marinha do Brasil e um avião de exploração da Rússia também se somarão nas próximas horas às buscas pelo submarino.
O desaparecimento
O ARA San Juan fez seu último contato na manhã do dia 15 quando ia de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, a Mar del Plata, cerca de 400 quilômetros ao sul de Buenos Aires. Nessa mesma manhã, o capitão do submarino havia reportado uma avaria nas baterias da embarcação. Especialistas consultados pelo jornal argentino La Nación indicam que a zona marítima onde o veículo aquático pode ter desaparecido tem cerca de 700 metros de profundidade.
As buscas pelo submarino já entraram em uma fase crítica. Caso a embarcação esteja sem condições de emergir, o estoque de oxigênio disponível seria suficiente para manter a tripulação viva por até sete dias — nesta hipótese, não restaria mais oxigênio para os tripulantes.