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‘Não venham’ aos EUA, diz Kamala Harris a imigrantes da América Central

Fala foi feita em primeira etapa de viagem diplomática da vice-presidente com objetivo de conter aumento de imigrantes na fronteira

Por Da Redação 7 jun 2021, 17h32

Com objetivo de conter o recente aumento de imigrantes na fronteira dos Estados Unidos, a vice-presidente Kamala Harris deu início nesta segunda-feira, 7, a uma viagem diplomática de três dias ao Triângulo Norte da América Central, formado por Guatemala, El Salvador e Honduras.

Durante entrevista coletiva junto ao presidente guatemalteco, Alejandro Giammattei, Kamala disse ser importante desencorajar que pessoas desses três países, de onde sai a maioria dos imigrantes que seguem para território dos EUA, façam a jornada à fronteira americana.

“Os Estados Unidos continuarão aplicando nossas leis e protegendo nossas fronteiras”, disse a democrata. “Se vocês vierem para nossa fronteira, serão mandados de volta (…) Não venham, não venham”, enfatizou.

Na terça-feira, a vice-presidente irá se encontrar no México com o presidente Andrés Manuel López Obrador, na segunda etapa de sua viagem. Em 24 de março, ela recebeu oficialmente do presidente americano, Joe Biden, a missão de supervisionar os esforços diplomáticos do país relacionados às fronteiras e às causas do aumento da migração.

O objetivo da viagem é “desenvolver um plano de ação eficaz e humano para controlar a migração irregular”, principalmente do Triângulo Norte da América Central, afirmou em um comunicado a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Emily Horne.

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Durante discurso nesta segunda-feira, Kamala enfatizou a necessidade de agir, junto ao governo da Guatemala, para melhorar a situação no país para os cidadãos. Ela também anunciou novas medidas de combate ao tráfico de pessoas, contrabando e corrupção na Guatemala.

“O presidente e eu concordamos em continuar nosso trabalho para lidar com a migração nas fronteiras norte e sul da Guatemala”, disse. “Nós também discutimos drogas ilícitas que estão sendo contrabandeadas e humanos que estão sendo traficados entre essas fronteiras, enfraquecendo a segurança tanto da Guatemala quanto do povo dos Estados Unidos”.

De acordo com a democrata, os EUA irão ajudar a criar uma força tarefa contra tráfico de pessoas e contrabandos, assim como uma força tarefa distinta voltada ao combate à corrupção. Em ambos os casos, Washington forneceria treinamentos e apoio para autoridades locais.

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Em um esforço de combate às causas da migração, o governo Biden se comprometeu com um plano de 4 bilhões de dólares para desenvolvimento da região, além de 310 milhões em ajuda humanitária.

A região passa por uma forte onda de imigração para os Estados Unidos desde a chegada de Biden à Casa Branca no final de janeiro e as autoridades do país prenderam 100.441 imigrantes sem documentos em fevereiro, em comparação com 78.442 em janeiro. O número de adultos sem documentos apreendidos dobrou entre outubro de 2020 e fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano fiscal anterior.

O mês de abril foi o segundo maior já registrado para crianças desacompanhadas na fronteira, após recordes em março. Segundo o governo americano, houve um aumento de 3% em abril em relação a março, marcando o nível mais alto desde abril de 2000.

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Quando Biden assumiu o cargo, ele prometeu acabar com a postura linha-dura de seu antecessor, Donald Trump, em relação à imigração. Ele criticou a política de tolerância zero do ex-presidente, que separava famílias de migrantes, e criticou  procedimentos que incluíam manter crianças em “gaiolas”. O novo governo parou de forçar os solicitantes de asilo a esperar pela data do julgamento no México e interrompeu a construção de um muro de fronteira ao longo da fronteira sul do país.

Agora, no entanto, o democrata enfrenta críticas duras sobre o modo como está lidando com uma onda de migrantes com destino aos Estados Unidos, sobretudo após o deputado democrata Henry Cuellar divulgar uma série de fotos de um centro de detenção lotado que abrigava crianças migrantes.

Líderes republicanos dizem que, por uma postura “mais aberta”, Biden é o culpado pela nova onda de migrantes que está aparecendo na fronteira EUA-México, criando uma situação de crise que ameaça a segurança americana.

O governo, por sua vez, argumenta que os EUA ainda estão expulsando os requerentes de asilo de volta ao México sob o Título 42  — uma cláusula da era Trump que citava a pandemia do coronavírus como uma razão para permitir a deportação rápida de migrantes. Eles também negam que haja uma crise.

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