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‘Não vou deixar Putin me enganar’, diz Trump antes de cúpula sobre Ucrânia

Presidente dos EUA garante que russo está 'pronto' para fechar acordo, mas causa alarme ao afirmar que Kiev e Moscou terão que 'dividir' terras

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 ago 2025, 07h42

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai se encontrar com seu homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca nesta sexta-feira, 15, às 11h30 locais (16h30 em Brasília), para a primeira cúpula entre líderes das duas potências desde 2021. Poucas horas antes da reunião, o americano prometeu que não se deixará enganar, garantiu que seu colega está “pronto” para fechar um acordo sobre a guerra na Ucrânia e causou alarme ao repetir que Kiev e Moscou teriam que “dividir as coisas”, em referência a territórios ocupados.

Trump deu a entender que havia 75% de chance de sucesso na reunião no Alasca e que a ameaça de sanções econômicas pode ter deixado Putin mais disposto a encerrar a guerra. Ele insistiu que não deixaria o russo levar a melhor, dizendo a repórteres na quinta-feira 14: “Eu sou presidente e ele não vai me enganar. “Eu saberei nos primeiros dois, três, quatro ou cinco minutos se teremos uma reunião boa ou ruim. Se for uma reunião ruim, terminará muito rápido. Se for uma boa reunião, vamos acabar alcançando a paz em um futuro bem próximo.”

Ele admitiu não ter certeza das chances de alcançar um cessar-fogo imediato, mas expressou interesse em intermediar um acordo de paz. Sobre Putin, declarou: “Acredito agora que ele está convencido de que vai chegar a um acordo. Acho que sim, e vamos descobrir.”

O presidente americano também afirmou que uma segunda cúpula – ainda não confirmada – entre ele, Putin e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, seria a mais decisiva. Ele insinuou que ela também poderia acontecer no Alasca, em breve.

“A segunda reunião será muito, muito importante, porque será uma reunião onde eles chegarão a um acordo. E eu não quero usar a palavra ‘dividir’ as coisas, mas, sabe, até certo ponto, não é um termo ruim, ok?”, declarou Trump em entrevista à Fox News Radio, referindo-se à possibilidade de Zelensky aceitar “trocas de terras” — na prática, a entrega de território ucraniano à Rússia, potencialmente incluindo áreas ainda não capturadas por Moscou.

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Uma trilateral nesse formato seria uma concessão de Putin, uma vez que ele se recusa a reconhecer Zelensky como o líder legítimo da Ucrânia. De acordo com o russo, seu homólogo continuou no poder ilegalmente neste ano (eleições estavam previstas, mas não aconteceram devido ao estado de guerra).

Zelensky enfrentará uma escolha difícil se Putin rejeitar o apelo da Ucrânia por um cessar-fogo total de 30 dias e oferecer apenas uma pausa parcial nos combates, em meio à necessidade de garantir o apoio de Trump e continuar a pressão por uma trilateral.

O presidente ucraniano passou grande parte da quinta-feira em Londres discutindo com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o conteúdo da videoconferência da véspera entre líderes europeus e o presidente americano. Os europeus ficaram aliviados com o desenrolar da conversa, em que frisaram a necessidade de um cessar-fogo para continuar as negociações pelo fim permanente da guerra, mas sabem que Trump é imprevisível e propenso a agir por instinto, em vez de seguir um roteiro. Na quinta, Zelensky e Starmer expressaram um otimismo cauteloso em relação a uma trégua “desde que Putin tome medidas para provar que leva a sério” a paz. Sanções adicionais podem ser impostas a Moscou caso o Kremlin não se engaje, e o líder britânico afirmou que o Reino Unido já está trabalhando em seu próximo pacote de medidas contra o país de Putin.

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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, reconheceu que os recentes avanços russos no campo de batalha podem dificultar as tratativas. “Para alcançar a paz, acho que todos reconhecemos que será necessário algum diálogo sobre garantias de segurança”, disse ele. Trump já rejeitou oferecer tais garantias antes, mas é possível que a Europa fique responsável por isso.

Espera-se que Trump e Putin realizem uma coletiva de imprensa conjunta após as conversas nesta sexta, o que indica que a Casa Branca está otimista de que a cúpula terá avanços. Moscou, por sua vez, está determinada a que a cúpula não se concentre apenas na Ucrânia, mas também acerte medidas para retomar a cooperação econômica entre Estados Unidos e Rússia.

O presidente dos Estados Unidos tem afirmado com frequência que só saberá se é possível alcançar a paz na Ucrânia por meio de um encontro pessoal com Putin. Ele deposita grande confiança em seu relacionamento pessoal com o líder russo, mas na quarta-feira minimizou as expectativas sobre o que poderia fazer para persuadi-lo a ceder. Ao mesmo tempo, alertou que haveria “consequências muito severas” para a Rússia se o líder do país não concordasse com um cessar-fogo, uma ameaça velada de aumentar as sanções americanas às exportações de petróleo russo.

Nesta tarde, a cúpula do Alasca incluirá uma reunião individual entre Trump e Putin, com intérpretes, e, em seguida, uma reunião mais ampla. A delegação russa incluirá o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov; o ministro da Defesa, Andrei Belousov; o ministro das Finanças, Anton Siluanov; o chefe do fundo soberano russo, Kirill Dmitriev; e o assessor de política externa de Putin, Yuri Ushakov.

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