Navios de China e Filipinas se chocam em águas disputadas por ambos
Ambos os países reivindicam a soberania sobre o arquipélago de centenas de ilhotas no mar do Oceano Pacífico
Autoridades de China e Filipinas trocaram acusações nesta segunda-feira, 19, sobre a colisão de dois navios no disputado Mar do Sul da China.
O porta-voz da Guarda Costeira da China, Geng Yu, disse que um navio filipino “colidiu deliberadamente” com uma embarcação chinesa durante a manhã de forma “não profissional e perigosa” perto do atol Sabina Shoal, reivindicado por ambos os países. Segundo Geng, a guarda costeira chinesa tomou medidas legais contra os navios filipinos.
“Navios da guarda costeira filipina entraram ilegalmente nas águas perto do recife de Xianbin, nas Ilhas Nansha, sem permissão do governo chinês”, disse Geng.
O Ministério das Relações Exteriores da China acusou os filipinos de violarem “gravemente a soberania chinesa.”
A Força-Tarefa Nacional de Manila no Mar das Filipinas Ocidentais, por sua vez, disse que embarcações chinesas estavam realizando “manobras ilegais e agressivas” em um confronto que resultou em “colisões que causaram danos estruturais a duas embarcações da Guarda Costeira das Filipinas”.
Um segundo navio da guarda costeira filipina, o BRP Bagacay, teria sido danificado duas vezes por um navio da guarda costeira chinesa cerca de 15 minutos depois, de acordo com o diretor-geral do Conselho de Segurança Nacional das Filipinas, Jonathan Malaya.
O incidente aconteceu perto do banco de areia Sabina Shoal, localizado a 140 km a oeste da ilha filipina de Palawan e a mais de 1000 km da ilha chinesa mais próxima, Hainan. Manila afirmou que esse foi o primeiro conflito hostil com Pequim nesta área, onde o governo filipino acredita que a China está planejando a construção de uma ilha artificial.
Disputa territorial
A China reivindica a soberania sobre quase todas as ilhas do Mar da China Meridional, que formam um arquipélago de centenas de ilhotas no Oceano Pacífico. No entanto, a Corte Permanente de Arbitragem (CPA), uma organização internacional intergovernamental, decidiu em 2016 que o país não tem base legal para reclamar “direitos históricos” sobre a maior parte do arquipélago.
Enquanto isso, as Filipinas, que também reivindicam a soberania sobre a região, passaram a se referir a esta parte asiática do oceano Pacífico como de Mar das Filipinas do Oeste, visando se opor ao nome que sugere a hegemonia chinesa.
A disputa pela soberania na região tem sido motivo de crescente tensão regional, com conflitos marítimos frequentes.