Em uma decisão sem precedentes anunciada nesta quinta-feira, 5, Karine Jean-Pierre assumirá como secretária de Imprensa da Casa Branca nas próximas semanas, entrando no lugar de Jen Psaki, que planeja deixar o cargo para um emprego em um canal de notícias.
Jean-Pierre, que trabalhava como principal assessora de Psaki desde que Joe Biden foi eleito presidente dos Estados Unidos, se tornará o rosto público da administração e a primeira pessoa negra com a função de apresentar as mensagens diárias do governo e responder a dúvidas da imprensa. Ela também é a primeira pessoa abertamente LGBTQIA+ a ocupar o cargo.
“Karine não traz só experiência, talento e integridade necessários para esse trabalho difícil, mas continuará liderando a comunicação dos trabalhos do governo Biden-Harris em nome do povo americano”, escreveu Biden em comunicado anunciando a decisão.
Em maio do ano passado, Jean-Pierre já havia feito história ao se tornar a primeira mulher negra em 30 anos a fazer a tradicional entrevista coletiva diária no salão de imprensa da Casa Branca. Na ocasião, ela substituía Psaki temporariamente, algo que fez outras vezes depois.
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“É uma honra simplesmente estar aqui hoje”, disse no ano passado, ao substituir a então chefe. “Eu aprecio a natureza histórica, realmente. Mas acredito que estar atrás deste pódio, estar neste salão, estar neste prédio, não é sobre uma pessoa. É sobre o que temos em nome do povo americano.”
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A mudança ocorre em um momento turbulento para o governo, em meio a uma crise política e econômica e seis meses antes das eleições de meio de mandato, na qual os democratas podem perder controle do Congresso.
Como secretária de Imprensa, Jean-Pierre também será peça-chave para montar a narrativa da Presidência, um esforço no qual assessores têm fracassado em avançar. Uma pesquisa de opinião do Instituto de Política de Harvard, publicada em abril, mostra que apenas 41% dos jovens dos Estados Unidos aprovam o desempenho de Biden.
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A escolha de uma mulher negra e abertamente LGBT, por sua vez, pode se provar eficaz para reverter a tendência de queda de popularidade e gerar maior representação, já que muitos dos americanos em grupos minoritários também se sentem ameaçados por causa de sua identidade, segundo a pesquisa de Harvard.
Pouco menos da metade dos “jovens que se identificam como LGBTQ”, 45%, dizem sentir que as pessoas com sua orientação sexual estão sendo muito atacadas. Cerca de 59% dos jovens negros concordam fortemente que “estão sob ataque”, assim como 43% dos jovens asiáticos e das ilhas do Pacífico, 37% dos jovens hispânicos e 19% dos jovens brancos.