Em meio à incerteza dos resultados das eleições em Israel, o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, informou que não irá à abertura dos trabalhos da Assembléia Geral da ONU na próxima semana por “questões políticas”. O premiê se vê diante de um cenário desfavorável à sua continuidade no poder, o que agravará sua situação judicial.
Netanyahu enfrenta em casa eleições parlamentares que podem tirá-lo do posto de primeiro-ministro. Com 91% das urnas apuradas, o Likud de Netanyahu conseguiu 31 cadeiras, enquanto seu principal rival, Benny Gantz, do partido Azul e Branco, conquistou 32 dos 120 assentos do Knesset, o Parlamento israelense.
Apesar de Gantz liderar, os israelenses se preparam para um novo período de instabilidade. As últimas projeções mostram que nenhum dos dois partidos conseguirá formar a maioria necessária para governar, mesmo que se coliguem com outras siglas.
Ao todo, o bloco formado pelo Likud e seus aliados ultraortodoxos e de extrema direita têm 56 cadeiras no Knesset. Para formar um governo de coalizão, são necessários 61 assentos. Mesmo que consiga, dificilmente os principais aliados de última hora do Likud aceitarão Netanyahu como primeiro-ministro. Sem o poder, o líder enfrentará os processos na Justiça por corrupção sem imunidade.
Já um possível bloco de centro-esquerda, formado pelo Azul e Branco, o Partido Trabalhista, a União Democrática e a Lista Unida teria 55 lugares. Uma união entre Gantz e as legendas árabes, que possuem até o momento 13 cadeiras, contudo, ainda não é garantida.
Festa esvaziada
Não só Netanyahu estará ausente da Assembléia Geral da ONU deste ano. O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, optou por não comparecer ao evento, e o presidente do Irã, Hassan Rohani, enfrenta problemas para ingressar nos Estados Unidos. Segundo a agência estatal de notícias Irna, a delegação iraniana que deveria viajar para Nova York para preparar a chegada de Rohani ainda não conseguiu sair do país por não ter recebido os vistos americanos.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, programou a viagem de Teerã para Nova York para 20 de setembro, três dias antes da data prevista para o deslocamento de Rohani.
“Mas, se os vistos não forem entregues nas próximas horas, a viagem provavelmente será cancelada”, acrescentou a agência.
O embaraço para o ingresso da delegação de Rohani ocorre ao mesmo tempo em que os Estados Unidos acusam o Irã de terem atacado as instalações petrolíferas da Arábia Saudita, no último sábado 14, fato que aumentou o temor de uma guerra aberta no Oriente Médio. Washington ampliou nesta quinta-feira, 18, as sanções aplicadas ao Irã, que antes referiam-se ao programa nuclear do país.
(Com AFP)