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Netanyahu diz que campanha em Gaza não acabou, apesar de trégua

Hamas e Jihad Islâmica haviam anunciado cessar-fogo pela manhã, após fim de semana violento com 25 mortes

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2019, 10h31 - Publicado em 6 Maio 2019, 09h53
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  • Grupos armados da Faixa de Gaza declararam na manhã desta segunda-feira, 6, que acordaram uma trégua com o governo de Israel, depois de uma série de ataques que deixaram ao menos 25 mortos no final de semana. Pouco tempo após o anúncio do cessar-fogo, contudo, o primeiro-ministro israelense e titular de Defesa, Benjamin Netanyahu, disse que a sua campanha no território palestino não terminou.

    “Nos últimos dois dias combatemos o Hamas e a Jihad Islâmica com contundente força. Atacamos mais de 350 alvos, seus líderes e agentes terroristas e destruímos edifícios terroristas”, afirmou, dizendo ainda que “a campanha requer paciência e sagacidade”.

    “Estamos preparados para continuar. O objetivo foi e continua sendo garantir a paz e a segurança dos residentes do sul”, concluiu o chefe de governo em comunicado.

    O Hamas e a Jihad Islâmica são os dois maiores grupos armados de Gaza. As facções confirmaram que a trégua entraria em vigor a partir das 4h30 da manhã desta segunda, hora local (22h30 de domingo em Brasília).

    O governo israelense não confirmou o acordo sobre o cessar-fogo oficialmente. Anunciou apenas o fim das restrições impostas aos cidadãos israelenses que vivem nas áreas adjacentes a Gaza, decretadas no fim de semana como forma de proteção.

    A nova escalada de violência em razão dos disparos de foguetes a partir da Faixa de Gaza e os bombardeios de Israel como resposta causaram até o momento ao menos 25 mortes: quatro civis israelenses e 21 palestinos em Gaza, dos quais doze eram membros de grupos islâmicos.

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    Entre os integrantes do Hamas mortos está um combatente que Israel identifica como responsável por intermediar o dinheiro enviado ao grupo pelo governo iraniano.

    Ao todo, foram disparados 250 foguetes do lado palestino, o maior número já lançado contra Israel em um único dia nos últimos anos. Dezenas foram interceptados pela defesa antimísseis, afirmaram as Forças Armadas israelenses, e grande parte caiu em áreas desabitadas, destacou a Polícia.

    No domingo, Netanyahu ordenou resposta em massa aos ataques palestinos. “Dei a instrução ao exército de continuar com seus ataques maciços contra elementos terroristas da Faixa de Gaza, e ordenei reforçar as tropas mobilizadas ao redor, com tanques, artilharia e tropas”, disse, no início do conselho semanal de ministros.

    O exército israelense informou que seus tanques e aviões atingiram em seu entorno 220 alvos militares em Gaza.

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    A Turquia, por sua vez, criticou uma “agressividade sem limites”, após o ataque israelense contra um edifício de vários andares em Gaza que, segundo Ancara, abriga o escritório da agência de notícias turca Anadolu.

    Neste contexto, Israel anunciou o fechamento de passagens fronteiriças de Gaza e a proibição da pesca no litoral do enclave.

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assegurou neste domingo que Israel tem todo o apoio de Washington após a retaliação aos disparos feitos de Gaza.

    “Mais uma vez, Israel enfrenta uma série de ataques mortais com foguetes de grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmica. Apoiamos Israel 100% na defesa de seus cidadãos”, tuitou Trump.

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    “Para a gente de Gaza – estes atos terroristas contra Israel somente lhes trarão miséria. ACABEM com a violência e trabalhem pela paz – é possível!”, emendou em outra mensagem na rede social.

    Mediação no Egito

    Segundo uma fonte da Jihad Islâmica, o Egito, que atua como intermediário entre o Hamas e Israel, tenta uma mediação para diminuir a tensão. Em Bruxelas, a União Europeia pediu o “cessar imediato” dos disparos.

    O emissário da ONU encarregado do conflito israelense-palestino, Nickolay Mladenov, exortou a “todas as partes a acalmar a situação e voltar ao entendimento dos últimos meses”.

    Israel e Hamas se enfrentaram em três guerras desde 2008. No fim de março, sob os auspícios do Egito e da ONU, negociou-se um cessar-fogo, anunciado pelo Hamas, mas nunca confirmado por Israel. Isto permitiu manter uma relativa tranquilidade durante as eleições legislativas israelenses de 9 de abril.

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    Mas a situação se degradou esta semana. Voltaram os disparos de foguetes e balões incendiários palestinos, assim como as represálias israelenses.

    Três fatores poderiam pressionar Israel a acalmar a situação: as negociações em curso para formar uma coalizão governamental depois da vitória de Netanyahu nas eleições, o concurso musical Eurovision previsto para ser realizado em Tel Aviv em meados de maio, e as comemorações pela criação do Estado de Israel, na quinta-feira, 9.

    Desde março de 2018, os palestinos se manifestam na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel contra o bloqueio ao enclave e pelo retorno dos refugiados que foram expulsos ou tiveram que abandonar suas terras após a criação de Israel em 1948.

    Ao menos 276 palestinos morreram desde o início da mobilização, nas manifestações ou nos ataques israelenses como represália. Dois soldados e um civil israelense morreram neste período, devido a estes confrontos entre Gaza e Israel.

    (Com EFE e AFP)

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