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New York Times diz que China ‘corteja’ Lula em meio à disputa com Trump

Trata-se de uma janela de oportunidade para Pequim, que é vista como um grande parceiro econômico e um contrapeso ao poder americano

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 Maio 2025, 11h07

A China busca “cortejar” o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros líderes para reforçar a presença chinesa na América Latina, enquanto os países da região lidam com as consequências do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, analisou o jornal americano The New York Times nesta segunda-feira, 12. Trata-se de uma janela de oportunidade para Pequim, que é vista como um grande parceiro econômico e um contrapeso ao poder americano, disseram especialistas ao NYT.

“O que os povos da América Latina e do Caribe buscam é independência e autodeterminação, não a chamada ‘nova Doutrina Monroe'”, afirmou o ministro assistente das Relações Exteriores da China, Miao Deyu, em referência à declaração de 1823, que adverte potências europeias a não interferirem nas Américas.

Em abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil, alvo de taxas de 10%, está mais bem posicionado que os demais países da América Latina para enfrentar o tarifaço de Trump. Ele citou que o governo brasileiro “tem reservas cambiais, tem um saldo comercial bastante robusto, está colhendo uma super safra, e está com uma taxa de juros alta e crescendo”. Ao mesmo tempo, Brasília procura reforçar os laços com Pequim como uma resposta a Washington.

Lula vê a China como parceira no reequilíbrio do poder global, não apenas como parceira comercial, mas como um contrapeso geopolítico à hegemonia americana”, disse Matias Spektor , professor de política e relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas, ao The New York Times. “A estratégia de Lula é clara: diversificar as alianças do Brasil, reduzir a dependência de Washington e afirmar o Brasil como um ator influente em um mundo cada vez mais multipolar.”

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Lula em Pequim

Segundo o jornal, Lula é uma figura de destaque entre os líderes que aterrissam na capital chinesa para uma reunião entre autoridades chinesas e ministros da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) nesta terça-feira, 13. Além do petista, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também participará do encontro.

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Nas últimas duas décadas, a China tornou-se uma importante compradora de minerais e recursos do Brasil, Peru, Chile, bem como de outros países sul-americanos. Ao mesmo tempo, produtos chineses entram aos montes no território brasileiro, de roupas a eletrodomésticos. Apenas no ano passado, o comércio entre a China e a América Latina atingiu quase US$ 519 bilhões (R$ 2,9 trilhões na cotação atual), cerca do dobro de uma década atrás, de acordo com estatísticas alfandegárias chinesas.

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Tarifas e relações Brasil-China

Mas Lula parece ter adotado o ditado “amigos, amigos, negócios à parte”, tendo aumentado as tarifas sobre ferro, aço e cabos de fibra óptica, produtos que vêm principalmente da China. Segundo o diretor do Programa das Américas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, Ryan Berg, a atitude deixou outras nações latino-americanas “extremamente preocupados”, já que exportadores chineses podem desviar produtos baratos para seus países, fugindo dos EUA e das taxas do Brasil, de forma a sobrecarregar fabricantes locais.

“Esses são países que já têm um histórico de protecionismo e estão interessados ​​em proteger empregos e indústrias locais”, explicou Berg ao jornal americano. “Embora muitos países, como o Brasil, tenham boas relações com a China, eles têm se movimentado quase em paralelo com os Estados Unidos para proteger certas indústrias, por medo de que se tornem lixeiras para, digamos, aço e alumínio chineses.”

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