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No Brics, Lula aponta cenário internacional ‘adverso’ e condena conflitos armados

Presidente brasileiro discursou na abertura da 17ª Cúpula dos Brics: 'é sempre mais fácil investir na guerra do que na paz'

Por Simone Blanes SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 6 jul 2025, 12h37 - Publicado em 6 jul 2025, 12h34

O presidente Lula durante a Cúpula dos Brics — Presidente Lula discursa no Brics, no Rio de Janeiro (Mauro PIMENTEL/AFP)

Durante discurso na 17ª Cúpula dos Brics, neste domingo 6, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou um “cenário global mais adverso” e condenou as guerras armadas. De acordo com ele, vivemos “com uma quantidade sem precedentes de guerras desde o fim da Segunda Guerra Mundial”

Ao mencionar a ONU (Organização das Nações Unidas), o presidente brasileiro afirmou que o planeta tem testemunhado o “colapso do multilateralismo” e criticou o funcionamento do Conselho de Segurança da entidade, destacando que as reuniões repetem um padrão conhecido de “perda de credibilidade e paralisia”.

Embora não fosse o tema central previsto para o encontro, Lula se manifestou contra as guerras. “A ONU completou 80 anos no último dia 26 de junho e presenciamos colapso sem paralelo do multilateralismo”, afirmou, acrescentando que “É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz”. Ele ainda chamou a atenção para a escassez de comprometimento político em aplicar recursos em desenvolvimento social.

“Genocídio”

No discurso, Lula voltou a utilizar o termo “genocídio” para falar do conflito na Faixa de Gaza e lembrou que o Brasil se posicionou contra o que classificou como violações da integridade territorial do Irã, assim como havia feito em relação à Ucrânia. “Não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza. A solução só será possível com o fim da ocupação israelense e o estabelecimento um Estado palestino soberano”, disse.

Por fim, Lula destacou que a diversidade e a representatividade dos países que integram o Brics conferem ao grupo a capacidade de promover a paz, além de prevenir e intermediar disputas. Nesse sentido, ele voltou a defender a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU. “Cada dia que passamos com uma estrutura internacional arcaica e excludente, é um dia perdido para solucionar as graves crises que assolam a humanidade”, finalizou.