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No Dia da Vitória, Putin diz que Ocidente trava guerra real contra Rússia

Discurso marcou comemorações anuais da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial

Por Da Redação
9 Maio 2023, 08h20

Em discurso durante o tradicional desfile do Dia da Vitória, na Praça Vermelha de Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira, 9, que as “ambições indomadas, arrogância e impunidade” do Ocidente estão impulsionando uma “guerra real” contra a Rússia.

“Hoje a civilização está mais uma vez em um ponto de virada decisivo”, disse Putin nas comemorações anuais da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. “Uma verdadeira guerra foi desencadeada contra nossa pátria”.

+ Rússia ataca Ucrânia com enxame de drones na véspera do ‘Dia da Vitória’

Putin elogiou os soldados que participaram da guerra na Ucrânia e pediu aos russos que se unam.

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Discurso de Putin durante Dia da Vitória, em Moscou. 09/05/2023 (Gavriil GRIGOROV/Sputnik/AFP)

“Nossos ancestrais heroicos provaram que não há nada mais forte, poderoso e confiável do que nossa união. Não há nada no mundo mais forte do que nosso amor pela pátria”, disse Putin.

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Ele criticou ainda as “elites globalistas ocidentais” que “falam sobre sua exclusividade, colocam as pessoas umas contra as outras, dividem a sociedade e provocam conflitos e golpes sangrentos, semeiam ódio, russofobia”.

Apesar do discurso forcado em motivar a população, há sinais de que a guerra está afetando a Rússia. Analistas militares dizem que os militares russos têm lutado com suprimentos de munição, moral das tropas e liderança e organização deficientes.

O próprio desfile deste ano parecia mais curto do que o normal. Apenas cerca de 8.000 soldados marcharam na Praça Vermelha, o número mais baixo desde 2008. Mesmo o desfile em 2020, ano da pandemia do COVID-19, contou com cerca de 13.000 soldados e, no ano passado, 11.000 soldados participaram.

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Ao contrário dos anos anteriores, não houve sobrevoo de jatos militares e menos equipamentos foram exibidos no desfile. O evento, inusitadamente, durou menos de uma hora.

As declarações de Putin foram feitas poucas horas depois que as forças do Kremlin dispararam sua última barragem de mísseis de cruzeiro contra a Ucrânia, que a Rússia invadiu há mais de 14 meses, no que se refere oficialmente como uma “operação militar especial”. Na segunda-feira, as forças de Moscou já haviam usado um “enxame” de drones em ataques ao território ucraniano.

Autoridades russas, incluindo Putin, enquadram repetidamente a guerra na Ucrânia como um conflito por procuração com o Ocidente. A narrativa dentro do Kremlin é de uma batalha com forças ocidentais pela existência na Rússia, já que na visão de Moscou o Ocidente estaria usando a Ucrânia como uma ferramenta para destruir a Rússia, reescrever sua história e esmagar seus valores tradicionais. Essa versão dos eventos dominou a cobertura da guerra pela mídia estatal russa.

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Na semana passada, a Rússia acusou os Estados Unidos de estarem por trás de um ataque de drones ao Kremlin com o objetivo de matar Putin. Sem apresentar provas para corroborar a afirmação, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Ucrânia foi responsável pelo ataque e agiu sob ordens de Washington.

Um dia antes, Peskov já havia dito que armas fornecidas pela Alemanha já estão sendo usadas na região de Donbas, que a Rússia declara como parte do seu território, uma reivindicação questionada pela Ucrânia e seus aliados ocidentais.

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