No Dia do Trabalhador, polícia usa gás contra manifestantes em Paris
Protestos também são esperados em outros países europeus, como Portugal, onde professores pedem salários mais altos
Em meio a comícios em toda a Europa para marcar o Dia do Trabalhador, nesta segunda-feira, 1, trabalhadores marcharam pela França contra o controverso aumento da aposentadoria sancionado pelo governo de Emmanuel Macron. Em Paris e em Nantes, no oeste francês, a polícia disparou gás lacrimogêneo para tentar conter avanços da multidão, convocada por organizadores como parte de uma pressão “histórica”.
#Paris, scènes de chaos la police est sous les projectiles, charges et matraquage. #1erMai #fetedutravail #ReformeDesRetraites #manifs1ermai #manifestation #manifestations #manif1ermai pic.twitter.com/ZnwAYttQfU
— Jules Ravel (@JulesRavel1) May 1, 2023
Protestos também são esperados em outros países europeus, como Portugal, onde a marcha anual deve ser usada para chamar a atenção para exigir salários mais altos para professores e críticas ao custo de vida geral. Na Grécia, as manifestações por causa de um acidente de trem que matou 57 pessoas no final de fevereiro devem voltar com força total. Os protestos culparam o governo pelo acidente que matou principalmente jovens estudantes.
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Na França, de acordo com grupos sindicais, a ideia é usar a data “festiva” para mostrar que a luta contra a reforma da Previdência não foi abandonada. Milhares de pessoas foram às ruas e organizadores almejam juntar quase 1,5 milhão em todo o país. O tráfego aéreo também deve ser interrompido, com 25% a 33% dos voos cancelados nos maiores aeroportos do país, e as interrupções podem continuar no aeroporto de Orly até terça-feira.
Este 1º de maio ocorre depois de o Conselho Constitucional da França dar sinal verde para o plano que aumenta a idade mínima da aposentadoria de 62 para 64 anos. A mudança foi sancionada por Macron em meados de abril, gerando protestos que mobilizaram multidões em todo o país.
Sophie Binet, líder do sindicato de extrema esquerda CGT, disse que a reforma previdenciária deixou Macron isolado.
“O Executivo não pode governar sem o apoio de seu povo”, disse Binet antes do protesto em Paris, acrescentando que seu sindicato ainda não decidiu conversar com o governo sobre outros assuntos relacionados ao trabalho nas próximas semanas.
Já Laurent Berger, chefe do sindicato reformista CFDT, disse que o governo de Macron foi surdo às demandas de um dos movimentos sociais mais poderosos em décadas. Ele disse que seu sindicato estava aberto a discussões com o governo e rejeitou sugestões de que uma rara aliança entre os principais sindicatos estava sendo testada agora que o projeto de lei da previdência foi sancionado.
“Devemos trazer outras propostas sobre salários e condições de trabalho para a mesa”, disse ele à BFM TV.