O deputado democrata Adam Schiff, que liderou a acusação contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no julgamento do processo de impeachment no Senado, concluiu suas alegações nesta segunda-feira, 3, com um apelo acalorado pela deposição do republicano da presidência. A maioria dos 100 senadores americanos decidirão na quarta-feira, 5, pela absolvição de Trump dos delitos de abuso de poder e obstrução das investigações do Congresso.
“Como representantes eleitos, nós falamos não apenas por aqueles que estão conosco agora, mas por gerações que estão ainda a nascer. Nossas vozes hoje são mensagens para um futuro que talvez nós nunca vejamos”, disse Schiff, parafraseando seu colega democrata de Câmara Elijah Cummings, falecido em outubro.
Schiff ressaltou que Trump, em ato de “tirania”, “traiu seu juramento de defender a Constituição” ao reter o auxílio militar à Ucrânia por meses em troca da retomada de investigações de corrupção pelas autoridades ucranianas contra o ex-vice-presidente americano Joe Biden, que pode enfrentar o republicano nas eleições presidenciais de novembro.
“Mas ainda não é tarde para honrarmos o nosso juramento à Constituição”, completou Schiff. O Senado agendou para esta quarta a votação da condenação ou absolvição de Trump. Será preciso o apoio de pelo menos 67 dos 100 senadores para que o republicano seja deposto. A base republicana, porém, controla a casa com 53 assentos e deve contar com os votos suficientes para mantê-lo na presidência.
“Nós provamos que Donald Trump é culpado [de coagir o governo ucraniano a investigar Biden]. Então, façam a justiça imparcial e o condenem”, concluiu o deputado.
Líder da defesa do presidente, o conselheiro da Casa Branca Pat Cipollon acusou o impeachment — aprovado pela Câmara dos Deputados, de maioria democrata, há quase dois meses — de “partidário” e pediu para que se deixasse “os eleitores decidirem” quem será o vencedor do pleito de novembro.
Outro membro da equipe de defesa de Trump, o advogado Alan Dershowitz, que defendeu na semana passada a imunidade do presidente em qualquer ação visando à sua reeleição se ele “acreditar que ela serve ao interesse público”, não compareceu nesta segunda.
(Com AFP)