Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Nobel da Paz 2024 vai para grupo japonês que luta contra armas nucleares

Organização Nihon Hidankyo foi laureada pelos "esforços de manter o tabu das bombas nucleares"

Por Redação Atualizado em 11 out 2024, 06h37 - Publicado em 11 out 2024, 06h10

O Prêmio Nobel da Paz 2024 foi entregue para a organização japonesa Nihon Hidankyo por sua luta contra as armas nucleares. A láurea foi concedida pelo Comitê Norueguês do Nobel, em uma cerimônia realizada em Oslo nesta sexta-feira, 11. O grupo é formado por sobreviventes das bombas de Hiroshima e Nagasaki, lançadas pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, e também é chamado de Hibakusha.

“Os esforços da Nihon Hidankyo têm colaborado para manter o tabu das bombas nucleares. Atualmente, no entanto, esse tabu está ameaçado. É uma forma de lembrar o mundo da necessidade do desarmamento nuclear”, disse o anúncio do Prêmio Nobel da Paz, reiterando que a escolha foi motivada “por todos os conflitos acontecendo no mundo neste mundo”. “Isto é um lembrete para que a gente se lembre que essas armas nunca mais devam ser usadas”, afirmou.

https://twitter.com/NobelPrize/status/1844664354932932630

O comitê ressaltou que “deseja homenagear todos os sobreviventes da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki que, apesar do sofrimento físico e das memórias dolorosas, escolheram usar sua experiência para cultivar esperança e engajamento pela paz”. “Eles nos ajudam a descrever o indescritível, a pensar o impensável e, de alguma forma, a compreender a dor e o sofrimento incompreensíveis causados ​​pelas armas nucleares”, salientou.

As duas bombas atômicas lançadas pelos EUA em 1945 mataram cerca de 120.000 habitantes de Hiroshima e Nagasaki, com um número comparável morrendo de queimaduras e ferimentos por radiação no rescaldo. “Os destinos daqueles que sobreviveram aos infernos de Hiroshima e Nagasaki, também conhecidos como Hibakusha, foram por muito tempo ocultados e negligenciados”, ponderou a organização do prêmio.

Continua após a publicidade

“Nenhuma arma nuclear foi usada em guerra em quase 80 anos. Os esforços extraordinários de Nihon Hidankyo e outros representantes do Hibakusha contribuíram muito para o estabelecimento do tabu nuclear. Portanto, é alarmante que hoje esse tabu contra o uso de armas nucleares esteja sob pressão. As potências nucleares estão modernizando e atualizando seus arsenais; novos países parecem estar se preparando para adquirir armas nucleares; e ameaças estão sendo feitas para usar armas nucleares em guerras em andamento”, alertou o comitê.

“Neste momento da história da humanidade, vale a pena lembrar o que são as armas nucleares: as armas mais destrutivas que o mundo já viu”, completou.

Quem eram os favoritos ao Prêmio Nobel da Paz?

Em um cenário global repleto de conflitos, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA), a Corte Internacional de Justiça (CIJ) e o secretário-geral da ONU, António Guterres, emergiam como potenciais vencedores deste ano. Com 286 candidatos indicados, entre eles 197 indivíduos e 89 organizações, o comitê mantém os nomes dos concorrentes em segredo, mas sempre é esperado que opte por reconhecer iniciativas humanitárias que aliviem o sofrimento civil em um ano tão conturbado.

Continua após a publicidade

O trabalho da UNRWA, que oferece assistência vital a civis palestinos durante a guerra em Gaza, colocava a agência entre as favoritas. No entanto, um prêmio poderia gerar controvérsias, já que Israel acusou alguns de seus funcionários de envolvimento em ataques, levando alguns países a suspender o financiamento. Embora a maioria dos doadores tenha retomado seu apoio, a situação continua delicada.

O comitê também poderia querer destacar a necessidade de fortalecer a ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial, com a ONU como instituição central. Um prêmio para António Guterres poderia refletir essa intenção.

A CIJ, por sua vez, tem desempenhado um papel crucial, condenando a invasão da Ucrânia pela Rússia e solicitando a Israel que evite atos de genocídio em Gaza. Em um ano marcado por crises, o tribunal tomou decisões significativas em relação a esses dois conflitos, sendo essencial na aplicação do direito internacional humanitário.

Continua após a publicidade

Entretanto, o comitê também poderia optar por não conceder o prêmio, algo que ocorreu em 19 ocasiões, sendo a última em 1972.

Nas casas de apostas, Alexei Navalny, o líder da oposição russa que faleceu em fevereiro deste ano, figurava como favorito, embora não possa receber o prêmio postumamente. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também era cogitado como um possível laureado.

A vencedora de 2023 foi a iraniana Marges Mohammadi, homenageada por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela defesa dos direitos humanos e da liberdade para seu povo.

Continua após a publicidade

O que são os Prêmios Nobel?

A cada ano, são concedidos seis Prêmios Nobel, cada um celebrando a contribuição excepcional de indivíduos ou organizações em áreas específicas. As categorias incluem Fisiologia ou Medicina, Física, Química, Ciências Econômicas, Literatura e Paz, sendo essa última frequentemente a mais comentada, graças ao prestígio dos indicados.

Os vencedores receberão suas medalhas e diplomas em uma cerimônia em Estocolmo, marcada para dezembro. Além do reconhecimento, cada premiado é agraciado com um diploma, uma medalha e um documento que detalha o valor do prêmio, que este ano é de 11 milhões de coroas suecas (mais de R$ 5,5 milhões).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.