O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou nesta segunda-feira, 4, que a Inglaterra vai entrar em um novo confinamento nacional até, pelo menos, dia 15 de fevereiro. As mais duras restrições desde março têm como objetivo combater uma nova cepa do coronavírus, que se espalhou rapidamente por todo o país.
De acordo com as novas regras – que entrarão em vigor o mais rápido possível, segundo o premiê – escolas primárias e secundárias e faculdades deverão praticar exclusivamente ensino à distância, exceto para os filhos de trabalhadores essenciais. Já foi determinado que estudantes universitários não retomarão as aulas presenciais até pelo menos meados de fevereiro.
Além disso, todas as lojas não essenciais e serviços de cuidados pessoais, como cabeleireiros, devem ficar fechados. Restaurantes, por sua vez, só podem operar com serviço de delivery, mas a venda de bebidas alcoólicas para a viagem está proibida para evitar que pessoas se reúnam ao redor dos estabelecimentos.
A recomendação é que toda a população fique em casa, saindo apenas uma vez por dia para fazer exercícios. Ingleses também poderão sair de casa para trabalhar, caso seja impossível trabalhar remotamente, e para comprar alimentos e remédios essenciais.
Igrejas, assim como playgrounds, podem permanecer abertos com a prática de distanciamento social, mas instalações esportivas ao ar livre, quadras de tênis e campos de golfe devem fechar. Esportes coletivos ao ar livre não serão permitidos, exceto os profissionais. A lucrativa Premier League, primeira divisão do futebol inglês, não será interrompida.
No início de novembro, o país instaurou um lockdown “light”, com menos restrições que o do início da pandemia, como a manutenção de aulas presenciais em escolas e universidades. A esperança era de que, após 17 dias de confinamento parcial, ingleses pudessem desfrutar das festas de fim de ano com mais tranquilidade, mas a nova cepa do vírus, 70% mais infecciosa, frustrou esses planos.
Johnson disse que a Inglaterra está em “um momento crítico”, com casos aumentando rapidamente em todo o território. O país registrou o maior número de casos confirmados da Covid-19 desde o início da pandemia neste sábado 2, com 57.853 infecções, e acumula mais de 75.000 mortes – maior contagem da Europa.
Na segunda-feira, havia 26.626 pacientes internados com Covid-19 na Inglaterra, um aumento de mais de 30% em relação à semana anterior. Isso é 40% acima do nível mais alto atingido no início da pandemia.
O anúncio ocorre no mesmo dia em que começou a vacinação com o imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. A aprovação emergencial do antígeno aconteceu no dia 30 de dezembro e o país foi o primeiro a conceder a autorização. Nesta primeira fase, serão vacinadas pessoas que fazem parte dos chamados grupos de risco. No total, há um acordo que prevê 100 milhões de doses ao Reino Unido.