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Nova corrida armamentista e incertezas globais aumentam riscos nucleares, diz órgão monitor 

Quase todos os nove países com armas nucleares continuaram programas intensivos de modernização nuclear em 2024

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 jun 2025, 11h15

Em meio a uma instabilidade global, a probabilidade de que armas nucleares possam um dia ser usadas está aumentando, concluiu um relatório publicado nesta segunda-feira, 16, pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI).

Quase todos os nove países com armas nucleares — Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte) e Israel — continuaram programas intensivos de modernização nuclear em 2024, atualizando armas existentes e adicionando versões mais novas.

“A era de redução do número de armas nucleares no mundo, que perdurou desde o fim da Guerra Fria, está chegando ao fim”, disse Hans M. Kristensen, Pesquisador Sênior Associado do Programa de Armas de Destruição em Massa do SIPRI e Diretor do Projeto de Informação Nuclear da Federação de Cientistas Americanos (FAS). “Em vez disso, vemos uma tendência clara de aumento dos arsenais nucleares, aguçamento da retórica nuclear e o abandono dos acordos de controle de armas”.

Índia e Paquistão

O documento também indicou que a Índia expandiu “ligeiramente” seu arsenal no ano passado, enquanto levou a diante o desenvolvimento de novos tipos de sistemas de lançamento nuclear. Ao mesmo tempo, o Paquistão também continuou a incrementar novos sistemas de lançamento e a acumular material físsil em 2024, o que sugere que seu arsenal pode se expandir na próxima década, aumentando as tensões.

“A combinação de ataques à infraestrutura militar relacionada à energia nuclear e desinformação de terceiros corre o risco de transformar um conflito convencional em uma crise nuclear”, disse Matt Korda, Pesquisador Sênior Associado do Programa de Armas de Destruição em Massa do SIPRI e Diretor Associado do Projeto de Informação Nuclear da FAS. “Isso deve servir de alerta severo para os Estados que buscam aumentar sua dependência de armas nucleares.”

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EUA, China e Rússia

Rússia e EUA, juntos, possuem cerca de 90% de todas as armas nucleares. O tamanho de seus respectivos estoques militares (ou seja, ogivas utilizáveis) parece ter permanecido relativamente estável em 2024, mas ambos os países estão implementando extensos programas de modernização, que podem aumentar o tamanho e a diversidade de seus arsenais no futuro.

Segundo o SIPRI, os EUA teriam cerca de 5.328 ogivas, enquanto a Rússia teria 5.580. Em sequência, na lista, ficam China (500), França (290), Reino Unido (225), Índia (172), Paquistão (170), Israel (90) e Coreia do Norte (50).

Mesmo atrás, a China tem o arsenal nuclear com crescimento mais rápido entre todos os países, com cerca de 100 novas ogivas por ano desde 2023. O arsenal nuclear chinês está crescendo mais rápido do que o de qualquer outro país, em cerca de 100 novas ogivas por ano.

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Até janeiro de 2025, a China havia concluído ou estava perto de concluir cerca de 350 novos silos de ICBM em três grandes campos desérticos no norte do país e três áreas montanhosas no leste. Ainda que Pequim atinja o número máximo projetado de 1.500 ogivas até 2035, o número representará apenas um terço de cada um dos atuais estoques nucleares de Moscou e de Washington.

“Os sinais são de que uma nova corrida armamentista está se preparando, com muito mais risco e incerteza do que a anterior”, afirmou o o diretor do SIPRI, Dan Smith, destacando o papel de uma série de tecnologias, como de inteligência artificial (IA), na expansão bélica.

 

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