Nova governadora de Porto Rico diz que se manterá no cargo até 2021
Wanda Vázquez é recebida com desconfiança pelos porto-riquenhos por suspeitas de que cederia seu cargo para outra pessoa
A secretária de Justiça de Porto Rico, Wanda Vázquez, tomou posse como governadora na quarta-feira 7, depois que a Justiça invalidou a indicação feita pelo ex-governador Ricardo Roselló, que renunciou após um escândalo em torno de mensagens vazados de seu celular. Vázquez, nesta quinta-feira, 8, afirmou que irá permanecer no cargo, mesmo que a sua posse tenha começado de forma turbulenta.
Em uma série de tuítes, a ex-secretária de Justiça de Porto Rico negou reportagens segundo as quais ela teria concordado em deixar o cargo para permitir que Jenniffer González, representante da ilha caribenha no Congresso dos Estados Unidos, tomasse posse como governadora da ilha.
“Nunca fiz tal acordo. Não sei a que tipo de acordos (o Novo Partido Progressista e líderes do Legislativo) chegaram”, disse Wanda em um programa de rádio matutino, enfatizando que pretende continuar no posto pelo restante do mandato do ex-governador Ricardo Rosselló, que termina em 1º de janeiro de 2021.
Wanda se tornou a terceira governadora porto-riquenha em menos de uma semana, já que Rossello, que tomou posse em 2017, renunciou na sexta-feira e seu sucessor, Pedro Pierluisi, foi afastado pela Suprema Corte da ilha.
A Corte determinou de forma unânime que a posse de Pierluisi foi inconstitucional porque o Senado de Porto Rico não confirmou sua indicação como secretário de Estado. Esse é o primeiro cargo na linha sucessória para governador pela Constituição do território.
O caos político na ilha irrompeu quando uma série de reportagens feitas pelo jornal El Nuevo Día trouxe à luz conversas entre Ricardo Roselló e mais 11 aliados próximos em um grupo no aplicativo de mensagens Telegram.
O conteúdo das conversas enfureceu os porto-riquenhos, que já estavam no limite da paciência com o governo devido as crises econômica e humanitária na ilha – Porto Rico sofreu danos de infraestrutura e com a morte de mais de 4.000 pessoas após a passagem do furacão Maria, em 2017.
No mesmo dia da publicação das conversas, os protestos se iniciaram e duraram por volta de 10 dias consecutivos. Roselló negou em princípio que renunciaria, mas não conseguiu suportar a pressão das ruas e marcou a data de 3 de agosto para dar fim ao seu governo.
(Com Reuters e AFP)