Número de deslocados em 2017 bate o recorde da década
Cerca de 12 milhões de pessoas foram obrigadas a migrar para fugir de guerras e da violência; conflito no Sudão do Sul deslocou um terço da população
 
                Os conflitos no mundo obrigaram quase 12 milhões de pessoas a se deslocarem dentro de seus próprios países em 2017. Trata-se de um recorde na última década, segundo relatório do Centro de Monitoramento do Deslocamento Interno (IDMC, na sigla em inglês) divulgado nesta quarta-feira.
No total, 11,8 milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas e mudar de cidade dentro das fronteiras de seus países no ano passado em consequência de conflitos e da violência. Esse número representa quase o dobro das 6,9 milhões de pessoas registradas no ano anterior, segundo o documento, que foi feito em conjunto com o Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC, na sigla em inglês).
“É o maior número registrado durante a década”, afirmou Alexandra Bilak, diretora do IDMC, em Genebra. Se dividir o total pelo número de conflitos conhecidos, cerca de quarenta milhões de pessoas em todo o mundo estão deslocadas dentro de cada país em guerra, destaca o relatório.
Cerca de 76% dos deslocados em 2017 procedem de apenas dez países, sendo que Síria, República Democrática do Congo e Iraque, juntos, representam metade das pessoas afetadas.
A Síria registrou o deslocamento de 2,9 milhões de pessoas no ano passado, muitas delas pela segunda ou terceira vez, o que eleva o número total de deslocados a 6,8 milhões neste país devastado pela guerra.
O relatório explica ainda que, além dos deslocados por conflitos, 18,8 milhões de pessoas em 135 países foram obrigadas a abandonar suas casas por causa de catástrofes naturais (inundações, tempestades e ciclones) em 2017.
Somando esse número aos milhões de deslocados pelas guerras, 31 milhões de pessoas foram obrigadas a se deslocar em razão de problemas em seus países no ano passado — mais de 80.000 por dia.
Sudão do Sul
O secretário para Assuntos Humanitários da ONU, Mark Lowcock, disse nesta quarta-feira que o conflito no Sudão do Sul causou o deslocamento de cerca de 4,3 milhões de pessoas, quase um terço da população do país, enquanto 7 milhões necessitam de assistência humanitária urgente.
O representante da ONU destacou que “o conflito no Sudão do Sul entrou em seu quinto ano, a população segue sofrendo de forma inimaginável e até o momento o processo de paz não deu frutos”. Segundo ele, “a economia colapsou e os combatentes aplicam uma política de terra queimada, (fazendo) assassinatos e estupros que infringem a lei internacional”.
Dados da ONU revelam que cerca de cem trabalhadores humanitários morreram no Sudão do Sul desde que explodiu o conflito entre o governo e a oposição armada em dezembro de 2013, que continua até o momento, apesar do acordo de paz selado em agosto de 2015.
(Com AFP e EFE)
 
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