‘Nunca houve tanta cocaína na Europa’, diz diretor de agência da UE
Relatório divulgado nesta terça-feira, 22, se refere ao ano de 2018, quando 181 toneladas da droga foram apreendidas pelas autoridades do bloco europeu
O Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência (OEDT), agência da União Europeia, revelou nesta terça-feira, 22, índices recorde de toneladas de cocaína apreendidas pelo segundo ano seguido. De acordo com a entidade, há poucos indícios de que a pandemia de Covid-19 tenha interrompido o avanço do tráfico de drogas no bloco.
“Nunca houve tanta cocaína na Europa“, disse Alexis Goosdeel, diretor do OEDT, ao apresentar o relatório anual da agência, que se refere apenas até o ano de 2018. Foram 181 toneladas apreendidas em 2018, contra 141 em 2017. Quase 80% daquelas 181 toneladas foram encontradas em portos na Bélgica, Espanha e Holanda.
A cocaína foi a segunda droga mais popular na Europa em 2018, sendo consumida por 4,3 milhões de europeus e estando atrás apenas da maconha.
O OEDT aponta que o aumento das apreensões indica a existência de laboratórios que fabricam a droga diretamente na Europa.
Além da cocaína, o relatório aponta “um aumento nas apreensões de grandes quantidades de resina de cannabis e, cada vez mais, de heroína transportada por mar”. O mercado de drogas gera, segundo o relatório, de 30 a 35 bilhões de euros por ano.
Covid-19 e o tráfico
A pandemia de Covid-19, assim como a aplicação de medidas restritivas para interromper a transmissão do vírus, não parecem frear a tendência de tráfico de drogas.
“Apesar da epidemia de coronavírus, observamos que nunca existiram tantas drogas de todas as categorias disponíveis na Europa”, resume Goosdeel.
Embora o transporte por via aérea tenha registrado forte queda, o tráfego marítimo permaneceu nos níveis de antes da pandemia. Além disso, outros fenômenos se intensificaram, como vendas nas redes sociais e a entrega de drogas a domicílio.
O confinamento, em especial, levou a um aumento “significativo”, diz Goosdeel, do consumo de maconha e de benzodiazepinas (medicamentos para ansiedade) combinados com álcool nos últimos meses.
(Com AFP)