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O alerta da Agência de Energia Atômica sobre risco nuclear na guerra entre Irã e Israel

Diretor da IAEA advertiu sobre falta de segurança no programa iraniano devido aos bombardeios israelenses

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jun 2025, 15h40 - Publicado em 16 jun 2025, 15h22

O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês), Rafael Grossi, alertou nesta segunda-feira, 16, para os riscos da segurança nuclear devido aos bombardeios de Israel a instalações do programa atômico do Irã. Ele disse que não houve ataques à Usina de Enriquecimento de Combustível de Natanz, principal instalação de enriquecimento do país, desde a última sexta-feira, quando uma parte da central foi destruída enquanto estava produzindo urânio enriquecido.

“A escalada militar ameaça vidas, aumenta a chance de uma liberação radiológica com consequências graves para as pessoas e o meio ambiente e atrasa o trabalho indispensável para uma solução diplomática para a garantia de longo prazo de que o Irã não adquira uma arma nuclear”, discursou numa reunião extraordinária em Viena.

“Em consonância com os objetivos da IAEA e seu Estatuto, apelo a todas as partes para que exerçam a máxima contenção para evitar uma maior escalada”, acrescentou Grossi.

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Contaminação radiológica e química

Natanz foi responsável pelo aumento do refinamento de urânio a 60%, abaixo dos 90% necessários para armas nucleares. Em relatórios anteriores, a IAEA advertiu para a disparada do enriquecimento de urânio no pais. Em maio do ano passado, um estudo apontou que Teerã tinha conseguido produzir 408,6 kg de urânio a 60%, sendo 133,8 kg em apenas três meses. Um ano antes, a agência tinha encontrado “partículas” com 83,7% de pureza no Irã.

O chefe da IAEA informou que o nível de radioatividade permaneceu normal, o que indica que os bombardeios não causaram impacto radiológico externo. A situação, no entanto, é diferente do lado de dentro. Na instalação, houve “contaminação radiológica e química”, segundo Rossi, e acredita-se que “isótopos de urânio contidos em hexafluoreto de urânio, fluoreto de uranila e fluoreto de hidrogênio estejam dispersos no interior da instalação”.

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“A radiação, composta principalmente por partículas alfa, representa um perigo significativo se o urânio for inalado ou ingerido. No entanto, esse risco pode ser gerenciado de forma eficaz com medidas de proteção adequadas, como o uso de dispositivos de proteção respiratória dentro das instalações afetadas”, amenizou ele.

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De Ucrânia a Irã

Além disso, Rossi destacou que é a segunda vez em três anos que a agência testemunha “um conflito dramático entre dois Estados-membros da AIEA, no qual instalações nucleares estão sendo atacadas e a segurança nuclear está sendo comprometida”, em referência à guerra na Ucrânia. Ele disse, então, que a IAEA “não ficará de braços cruzados” na guerra entre Israel e Irã.

“Podemos e agiremos dentro do nosso mandato legal para auxiliar na prevenção de um acidente nuclear que possa resultar em consequências radiológicas imprevisíveis”, afirmou o diretor. “Por mais intratável que pareça em meio ao calor do conflito militar contínuo, já mostramos antes que – mesmo em tais circunstâncias – uma assistência técnica respeitosa e imparcial pode beneficiar a todos.”

“Espero que este Conselho (de Governadores, responsável por supervisionar a agência), e especialmente os Estados-Membros com maior capacidade para isso, atendam a este apelo para auxiliar a IAEA a auxiliar aqueles que hoje estão trocando tiros, a fim de evitar o pior. Sempre há tempo e sempre há espaço para a diplomacia”, concluiu.

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