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O caso da menina de 2 anos deportada por Trump, apesar de cidadania americana

Criança foi levada a Honduras por apelos da mãe, uma imigrante ilegal que pediu para que não fossem separadas, de acordo com governo dos EUA

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 abr 2025, 13h35 - Publicado em 29 abr 2025, 13h34

Uma cidadã americana de 2 anos foi deportada com a mãe para Honduras na última sexta-feira, 25, informou o juiz distrital dos Estados Unidos, Terry Doughty.

A criança, identificada apenas como VML nos documentos, foi levada ao país por apelos da mãe, uma imigrante ilegal que pediu para que não fossem separadas, de acordo com autoridades do governo dos EUA.

Os advogados da família da menina entraram com uma petição ainda na quinta-feira, 24, demandando a sua “liberação imediata” e que Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) não tem “autoridade estatutária ou constitucional” para prendê-la e deportá-la por ser uma cidadã americana. O texto indicou que ela nasceu em Baton Rouge, em Louisiana, em 4 de janeiro de 2023. A criança foi detida pelo ICE dois dias antes, ao lado da mãe e da irmã de 11 anos. Elas haviam ido “a uma consulta de rotina” com a agência federal.

Cerca de uma hora após a detenção, o pai da criança foi comunicado sobre o ocorrido. Ele foi ao endereço, em Nova Orleans, onde foi informado por policiais de que a mãe estava “sob sua custódia”, mas que “ligaria para ele em breve”.

Depois, um agente do ICE entrou em contato com o advogado do pai e disse que a deportação “era certa e que ele acreditava que todos estavam em um hotel”, sem revelar qual era o endereço e sem facilitar um telefonema entre a mãe e o advogado, de acordo com a petição. No dia seguinte, recebeu uma nova ligação.

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“Ele ouviu as filhas chorando e a companheira chorando. Ele lembrou à mãe de VML que a filha deles era cidadã americana e não poderia ser deportada”, afirmam os documentos.

O homem, em seguida, escutou um agente do ICE “pegar o telefone dela e desligar a ligação”. Ele moveu uma ação para dar a custódia provisória de suas duas filhas para sua cunhada, uma cidadã americana que mora em Baton Rouge.

A ordem foi autenticada em cartório na Louisiana. A petição, no entanto, indica que o Serviço de Imigração se recusou a acatar o pedido, alegando que “não era necessário” porque a criança já estava com a mãe.

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O pai foi, então, informado de que seria levado sob custódia se tentasse buscar as crianças.

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Governo x tribunal

Uma audiência sobre o caso foi marcada para 16 de maio em Monroe, também em Louisiana, para esclarecer a “forte suspeita de que o governo acabou de deportar um cidadão americano sem nenhum processo significativo”, escreveu Doughty.

A ordem do juiz também destacou que “é ilegal e inconstitucional deportar, deter para deportação ou recomendar a deportação de um cidadão dos EUA”.

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O governo do presidente Donald Trump, segundo o magistrado, afirmou que “tudo isso está certo” porque cumpre os desejos da mãe.

Doughty, no entanto, disse que “o tribunal não sabe” se a informação é verdadeira.

Os documentos judiciais apresentados pela administração Trump “informou aos agentes do ICE que queria manter a custódia de VML” em uma nota manuscrita, na qual pedida para que a menina fosse levada a Honduras com ela. Um funcionário do Departamento de Segurança Interna dos EUA afirmou, sob condição de anonimato, à emissora americana CNN que a decisão é comum entre pais indocumentados de crianças americanas.

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“Os pais são questionados se desejam ser removidos com seus filhos ou se o ICE os colocará com alguém designado pelos pais.

Neste caso, os pais declararam que queriam ser removidos com os filhos”, disse a autoridade, acrescentando que o departamento cumpre “responsabilidade de proteger as crianças e continuará a trabalhar com as autoridades federais para garantir que as crianças estejam seguras e protegidas”.

 

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