O longo caminho de volta para casa dos astronautas americanos

Era para ser uma jornada de oito dias, mas durou o tempo de uma gestação. Os astronautas americanos Sunita Williams e Butch Wilmore (à esq., na foto) finalmente estão de volta à Terra. Depois de 286 dias no espaço, a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), eles pousaram na costa da Flórida, na terça-feira 18, em uma cápsula Crew Dragon, da SpaceX. Com eles estavam o comandante Nick Hague e o cosmonauta russo Aleksandr Gorbunov. “Que passeio”, disse Hague, momentos depois do mergulho. “Vejo uma cápsula cheia de sorrisos de orelha a orelha.” Lançada para o firmamento em junho de 2024, a bordo da espaçonave Starliner, da Boeing, a dupla americana enfrentou problemas no sistema de propulsão, daí o adiamento do retorno. Depois de idas e vindas, deu-se enfim o bom desfecho. Segundo os responsáveis pela ISS, foi o próprio presidente Donald Trump, por meio de sua eminência parda, Elon Musk, quem pediu pressa na missão de regresso. Para atender Trump, que culpara o antecessor Joe Biden por abandonar os viajantes no laboratório espacial, o processo de revisão de segurança de uma das cápsulas foi acelerado. O retorno, por meio de uma nave da empresa de Musk, concorrente da Boeing, foi recebido com alívio e celebração. A viagem, de dezessete horas da ISS até o epílogo feliz, culminou em uma descida suave no Golfo do México, chamado ridiculamente de Golfo da América pelos operadores no solo. Foi o fim de um período de angústia acompanhado com interesse cá embaixo. Bem-vindos!

Publicado em VEJA de 21 de março de 2025, edição nº 2936

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