Na esteira do contra-ataque ao avanço global da tecnologia chinesa, o governo dos Estados Unidos publicou, na última sexta-feira, 7, um conjunto de “controles de exportação” — o que inclui uma medida para cortar o acesso da China a chips semicondutores que sejam produzidos em qualquer lugar do mundo e que usem equipamentos americanos.
As regras — algumas das quais começam a valer imediatamente, — intensificam as restrições impostas neste ano aos principais fabricantes — KLA, Lam Research e Applied Materials –, obrigando-os a interromper o envio de equipamentos a fábricas chinesas que produzem os chips.
O conjunto de medidas é visto como sendo possivelmente uma das maiores mudanças na política dos Estados Unidos em relação ao envio de tecnologia para a China desde a década de 1990. Caso se mostre eficaz, a ofensiva americana pode prejudicar a indústria de chips chinesa, forçando empresas estadunidenses e estrangeiras que usam a tecnologia americana a cortar o apoio para algumas das principais fábricas e designers de chips da China.
Na quinta-feira, 6, membros do alto escalão do governo americano declararam a jornalistas que muitas das medidas apresentadas têm como objetivo evitar que empresas estrangeiras vendam chips avançados à China, bem como evitar que abasteçam companhias chinesas com ferramentas para produzir seus próprios chips avançados.
Os oficiais admitiram, no entanto, que não haviam garantido quaisquer promessas de que países aliados implementariam medidas parecidas e afirmaram que as discussões com essas nações ainda estão em andamento.
“Reconhecemos que as medidas de controle unilaterais que estão sendo impostas perderão efetividade, com o passar do tempo, se não tivermos o apoio de outros países. E estaremos arriscando a liderança tecnológica americana se concorrentes estrangeiros não forem sujeitos a controles semelhantes”, disse um oficial.
O Ministério das Relações Exteriores chinês, por meio de uma porta-voz, afirmou que os Estados Unidos “abusaram” das medidas de controle de exportação para manter a hegemonia da ciência e da tecnologia, e declarou que as medidas violam regras comerciais internacionais.