O príncipe George, de nove anos, e a princesa Charlotte, de sete, foram os mais jovens membros da realeza a acompanhar o funeral de estado da rainha Elizabeth II nesta segunda-feira, 19, em meio a um mar de líderes mundiais e famílias reais estrangeiras. Os pequenos participam dos rituais em uma expressão de continuidade da monarquia britânica.
O bisneto da rainha, que se tornou o segundo na linha de sucessão ao trono após sua morte em 8 de setembro, usava terno azul escuro e gravata preta enquanto caminhava ao lado de seu pai, o príncipe William, herdeiro imediato do rei Charles III. Ao lado dele caminhavam sua irmã mais nova, de vestido preto e chapéu de abas largas, e sua mãe, Kate Middleton, agora princesa de Gales.
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Elizabeth II faleceu no primeiro dia de escola dos pequenos, mas os deveres reais se sobrepuseram aos escolares nesta segunda-feira. Eles acompanharam o cortejo atrás do rei e da rainha consorte, quando o corpo da rainha foi levado para a abadia. O filho mais novo do casal, Louis, de quatro anos, não estava presente.
O papel das crianças na cerimônia só foi revelado na noite de domingo, e certamente foi objeto de considerável deliberação. No histórico de funerais de estado para monarcas, seus netos, muito menos bisnetos, normalmente não desempenhavam um papel formal. Essa mudança é em parte consequência do reinado de 70 anos da rainha e de sua longa vida, mas também como parte do desejo da atual monarquia de projetar estabilidade para o Reino Unido e a Commonwealth.
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Embora o príncipe de Gales tenha dito a um membro do público durante uma caminhada em Windsor que “eles estavam tentando manter algum senso de continuidade para [os filhos] na escola e manter as coisas o mais normal possível”, a presença de George e Charlotte foi sugerida por “conselheiros seniores do palácio”.
Um funcionário de Buckingham, que falou ao jornal britânico The Guardian em condição de anonimato, disse que a presença de George seria desejável “mesmo que apenas para tranquilizar a nação da ordem de sucessão”.
George e Charlotte se sentaram ao lado de seus pais na primeira fila dentro da Abadia, de frente para o caixão. Alguns assentos adiante, seus tios-avôs e tias, o conde e a condessa de Wessex, enxugavam lágrimas os olhos. Mais adiante estava o rei, seu avô, com expressão sombria enquanto lia silenciosamente a ordem de serviço do funeral.
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As crianças se comportaram com a graça esperada de qualquer membro sênior da realeza. Os dois cantaram os salmos e seguiram a ordem de serviço diligentemente.
A aparição dos pequenos ocorre em meio a um enxugamento do quadro de membros da família real, com foco nas figuras na linha de sucessão direta, supervisionada pelo rei. Indícios dessa medida já ocorreram quando o elenco enxuto, composto pela rainha, Charles, William e George, apareceu na varanda do Palácio de Buckingham para o jubileu de platina, em maio, sem príncipe Edward, príncipe Harry ou príncipe Andrew.
William, muito antes de ser pai, disse que ir ao funeral de sua mãe, em 1997, aos 15 anos, depois que ela morreu em um acidente de carro em Paris, foi “uma das coisas mais difíceis que já fiz”. Seu irmão, Harry, que tinha nove anos na época, disse: “Acho que nenhuma criança deveria precisar fazer isso, sob nenhuma circunstância”.
No entanto, o funeral da rainha foi bastante diferente do de Diana. Há 25 anos, William e Harry caminharam ao ar livre com apenas Charles, o príncipe Philip e o irmão de Diana, Earl Spencer. Nesta segunda-feira, a família inteira acolheu os pequenos – e os adultos também.
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No final do funeral de estado, as crianças ficaram imaculadas enquanto a congregação cantava o hino da Inglaterra, God Save the King. O príncipe e a princesa não devem comparecer aos serviços posteriores na Capela de St. George, no Castelo de Windsor.